Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Rondônia (Aprosoja/RO) acompanha com atenção o cenário global de fornecimento de fertilizantes para a agricultura e avalia como positivas as medidas conduzidas pelo Ministério da Agricultura, lideradas pela ministra Teresa Cristina, para a redução gradativa da dependência das importações desses produtos.
A entidade destaca que, dentre os pilares anunciados para o Programa Nacional de Fertilizantes, o mapeamento geológico de áreas com reservas minerais é uma necessidade premente, assim como a tramitação célere do PL 191 de 2020, que regulamenta a lavra e a adequada indenização aos povos indígenas pela exploração de recursos minerais. Juntas, as medidas são capazes de propiciar a elaboração de estratégias assertivas para a redução da dependência externa.
De acordo com dados do sistema ComexStat, plataforma ligada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, a importação de fertilizantes para o estado de Rondônia registrou montante de US$ 3,6 milhões, somados janeiro e fevereiro desse ano, frente a U$ 2,5 milhões no mesmo período do ano anterior, incremento de 40%. Todavia, quando analisamos volume, chegamos a uma redução superior a 41%, saindo de 14 mil toneladas nos dois primeiros meses de 2021, para 8,3 mil toneladas esse ano.
Conforme relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicado em 18 de fevereiro, embora a área plantada de soja no estado tenha sido, estimativamente, 1,6% maior do que no ciclo 2020/2021, a produtividade das lavouras deve reduzir, podendo chegar a 3.308 quilos por hectare, perfazendo um resultado de produção 3,1% menor se comparado ao ciclo anterior. A empresa pública afirma, ainda, que o resultado se deve ao alto custo de produção e à oferta reduzida de fertilizantes, problema que não está totalmente equacionado e que pode, portanto, impactar a safra 2022/2023 que começará a ser semeada em setembro desse ano.
Notícia positiva ficou por conta da queda vertiginosa do câmbio, que saiu de R$ 5,74 em dezembro de 2021 para R$ 4,83 no dia 24 do mês corrente, resultado puxado, segundo especialistas, pelo aumento do fluxo de capitais estrangeiros investidos no país, motivados pela cotação das commodities e pela política de juros adotada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) desde março de 2021, com incremento progressivo da Selic.
Vale lembrar que, até a publicação dessa matéria, a cotação do barril de petróleo permanecia acima dos US$ 110,00, tendência que se não for revertida deve continuar pressionando o custo de extração e processamento dos fertilizantes.
Atenta às mudanças e preocupada com o impacto aos seus associados, a Aprosoja RO incentiva os produtores a adotarem técnicas de manejo e tecnologias que os permitam reduzir com segurança a aplicação de fertilizantes, bem como o controle criterioso dos custos e fluxo de caixa para evitar que tais investimentos frustrem a rentabilidade da próxima safra.
Aprosoja Rondônia