Nossa primeira visita foi à cidade de St. Louis, no estado de Missouri, onde estivemos reunidos com a Associação dos Sojicultores Americanos (ASA). Lá nos reunimos com Miguel Escobar, presidente do Conselho de Exportação de Soja, que nos fez um relato geral das condições das lavouras de soja dos EUA. Claro que ele pontuou o problema do plantio da safra que foi totalmente adversa pelas chuvas e que não deixaram os produtores plantar, atrasando o plantio.
E mesmo com essa demora, que sem dúvida deve afetar o crescimento das lavouras e a produtividade, Miguel tomando por base os dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) comentou que se espera a segunda maior safra da história, o que me pareceu bastante otimista. Mas, realmente, se tomarmos por base os dados do relatório, nos 18 principais estados produtores as condições das lavouras são consideradas boas.
Mas Miguel nos disse algo que me chamou a atenção, o USDA já previu a segunda maior safra da história dos EUA. E sendo assim, o mercado já absorveu esta notícia, e é praticamente impossível às lavouras de soja e milho ficarem melhores do que o já previsto. Portanto, de agora em diante, o que pode haver são revisões dos números para baixo, devido os problemas com o clima.
Miguel diz que não acredita em quedas de preços já que os estoques estão muito baixos e a demanda crescente. E que quem depender de comprar soja e ficar esperando preços muito baixos está arriscando muito. Mas em contrapartida, só com cenários muito radicais para haver um aumento expressivo dos preços. O que dá para concluir é que o produtor tem que estar atento e aproveitar o mercado de clima.
Durante nossa conversa, Miguel nos apresentou o mapa climático dos EUA, no qual se vê secas mais a oeste, sendo que grande parte da região produtora mais importante dos EUA tem boa pluviosidade e umidade do solo. Um cenário oposto ao do ano anterior em que as condições de seca eram generalizadas. E isto nós constatamos mais tarde, pois no estado de Illinois realmente o clima estava muito bom.
No segundo e terceiro dias de expedição, rodamos mais de mil quilômetros pelo estado que é o segundo mais importante em produção do país, Illinois. No local falamos com produtores de diversas cidades e todos reclamaram do atraso no plantio, em geral de um mês. Realmente, vimos muitas lavouras de plantas de pequenos porte, apesar de muitas em floração.
De maneira geral, posso afirmar que embora as lavouras de soja e milho do estado de Illinois estejam muito boas, os produtores estão preocupados com a colheita. Eles dizem que por ter atrasado o plantio, a colheita pode ser muito complicada e pegar uma época chuvosa. Não no caso da soja, em que a percepção é de risco menor, mas sim no caso do milho, pela tendência de que com o clima chuvoso e frio ele fique úmido, e isto é um problema.
Outro ponto que me chamou a atenção foi, o fato do arrendamento nos EUA ser maior que o custo da lavoura. De maneira geral, o custo da lavoura de soja é de 750 dólares por hectare, enquanto do arrendamento vai de 800 a 1.200 dólares por hectare, dependendo da região. E a maioria dos produtores que falamos, mesmo plantando 50% em área arrendada, tem armazém para 100% da produção.
Os produtores que conversamos venderam muito pouco da safra, 10% da soja e 20% do milho. Eles ainda esperam por preços melhores e o como a safra anterior foi complicada e nesta o plantio atrasou, ainda estão esperando a lavoura firmar mais para vender. Mas todos os produtores fizeram seguro da lavoura com cobertura de 85% da renda. E o mais importantes, muitos nos disseram que o seguro garante um mínimo de 250 dólares de renda por hectare.
Em Illinois apesar das lavouras estarem muito boas, bem desenvolvidas e ter chovido bem na última semana, a previsão do tempo aponta dez dias sem chuvas o que faz qualquer produtor já ficar apreensivo. Ainda mais que como o plantio foi atrasado, o desenvolvimento das lavouras já não é o mesmo. Mas pasmem, mesmo assim, a maioria dos produtores espera colher produtividades de dar inveja a qualquer produtor brasileiro, principalmente no milho.
Se a safra Norte Americana fosse baseada em Illinois, sem dúvida a produção dos EUA seria histórica e os preços iriam morro a baixo o que deixaria produtores brasileiros com problemas. Mas nem tudo é perfeito na safra Norte Americana e ao entrar no estado de Iowa constatamos cenários totalmente contrários, mas sobre isto falarei depois. Acompanhe…
*Glauber Silveira
E mesmo com essa demora, que sem dúvida deve afetar o crescimento das lavouras e a produtividade, Miguel tomando por base os dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) comentou que se espera a segunda maior safra da história, o que me pareceu bastante otimista. Mas, realmente, se tomarmos por base os dados do relatório, nos 18 principais estados produtores as condições das lavouras são consideradas boas.
Mas Miguel nos disse algo que me chamou a atenção, o USDA já previu a segunda maior safra da história dos EUA. E sendo assim, o mercado já absorveu esta notícia, e é praticamente impossível às lavouras de soja e milho ficarem melhores do que o já previsto. Portanto, de agora em diante, o que pode haver são revisões dos números para baixo, devido os problemas com o clima.
Miguel diz que não acredita em quedas de preços já que os estoques estão muito baixos e a demanda crescente. E que quem depender de comprar soja e ficar esperando preços muito baixos está arriscando muito. Mas em contrapartida, só com cenários muito radicais para haver um aumento expressivo dos preços. O que dá para concluir é que o produtor tem que estar atento e aproveitar o mercado de clima.
Durante nossa conversa, Miguel nos apresentou o mapa climático dos EUA, no qual se vê secas mais a oeste, sendo que grande parte da região produtora mais importante dos EUA tem boa pluviosidade e umidade do solo. Um cenário oposto ao do ano anterior em que as condições de seca eram generalizadas. E isto nós constatamos mais tarde, pois no estado de Illinois realmente o clima estava muito bom.
No segundo e terceiro dias de expedição, rodamos mais de mil quilômetros pelo estado que é o segundo mais importante em produção do país, Illinois. No local falamos com produtores de diversas cidades e todos reclamaram do atraso no plantio, em geral de um mês. Realmente, vimos muitas lavouras de plantas de pequenos porte, apesar de muitas em floração.
De maneira geral, posso afirmar que embora as lavouras de soja e milho do estado de Illinois estejam muito boas, os produtores estão preocupados com a colheita. Eles dizem que por ter atrasado o plantio, a colheita pode ser muito complicada e pegar uma época chuvosa. Não no caso da soja, em que a percepção é de risco menor, mas sim no caso do milho, pela tendência de que com o clima chuvoso e frio ele fique úmido, e isto é um problema.
Outro ponto que me chamou a atenção foi, o fato do arrendamento nos EUA ser maior que o custo da lavoura. De maneira geral, o custo da lavoura de soja é de 750 dólares por hectare, enquanto do arrendamento vai de 800 a 1.200 dólares por hectare, dependendo da região. E a maioria dos produtores que falamos, mesmo plantando 50% em área arrendada, tem armazém para 100% da produção.
Os produtores que conversamos venderam muito pouco da safra, 10% da soja e 20% do milho. Eles ainda esperam por preços melhores e o como a safra anterior foi complicada e nesta o plantio atrasou, ainda estão esperando a lavoura firmar mais para vender. Mas todos os produtores fizeram seguro da lavoura com cobertura de 85% da renda. E o mais importantes, muitos nos disseram que o seguro garante um mínimo de 250 dólares de renda por hectare.
Em Illinois apesar das lavouras estarem muito boas, bem desenvolvidas e ter chovido bem na última semana, a previsão do tempo aponta dez dias sem chuvas o que faz qualquer produtor já ficar apreensivo. Ainda mais que como o plantio foi atrasado, o desenvolvimento das lavouras já não é o mesmo. Mas pasmem, mesmo assim, a maioria dos produtores espera colher produtividades de dar inveja a qualquer produtor brasileiro, principalmente no milho.
Se a safra Norte Americana fosse baseada em Illinois, sem dúvida a produção dos EUA seria histórica e os preços iriam morro a baixo o que deixaria produtores brasileiros com problemas. Mas nem tudo é perfeito na safra Norte Americana e ao entrar no estado de Iowa constatamos cenários totalmente contrários, mas sobre isto falarei depois. Acompanhe…
*Glauber Silveira