Iniciamos nossa expedição acompanhando a safra do Uruguai e da Argentina, nosso objetivo é mostrar a realidade da safra de soja e de tecnologia empregada por estes dois vizinhos. Chegamos ao Uruguai, onde nos relatam que a safra de soja no ano passado foi muito boa: soja de primeira deu 2700 kg sendo que a média nacional é de 2000 kg.
Chegando em Montevidéu fomos rumo ao noroeste, região que se produz a soja. No caminhos passamos pelo município de Mercedes, onde fomos recebidos pelo presidente da Mesa Tecnológica de Oleaginosas do Uruguai, o engenheiro Roberto Verdera, que nos relata que a soja plantada primeira (no final de novembro) é a que produz mais, geralmente alcança de 500 a 600 kg a mais que a plantada de segunda (semeada no mês de dezembro) .
Roberto nos diz que neste ano a soja não está tão boa quanto a da safra anterior, pois teve seca em dezembro de 30 dias e depois 20 dias de chuva em janeiro, mês que choveu 600 mm, metade do que chove o ano todo. Também tiveram problemas intensos com ataques de lagartas. Mas, Roberto nos diz que a grande dificuldade da soja do Uruguai é a seca que dá em janeiro, mas este ano não aconteceu e sendo assim a chuva intensa de dezembro foi o que afetou a soja, impedindo que supere o ano anterior. Por causa da chuva a soja que era de segunda, plantada sobre palhada de cevada, teve problemas de germinação e houve muita falha no plantio, chegando à chover 100 mm em trinta minutos.
A Engenheira agrônoma da cooperativa, Calmer Carolina Silveira nos diz que no Uruguai os solos são ricos em potássio mas tem que adubar com fósforo, diz ainda que o Uruguai plantou quase 1,5 milhões de ha, e tem aumentado a área de soja a cada ano, mas o potencial de crescimento não é muito grande devendo chegar a 2 milhões de ha.
Carolina nos conta, ainda, que fazem cinco aplicações, duas para herbicida e as restantes de inseticida e fungicida, reclama que um dos mais altos custos são dos seguros sociais e dos custo com combustível, o litro de diesel está dois dólares. No país os gastos com energia, gás e combustíveis são altíssimos, pois não se produz e tem que importar.
Conhecemos algumas propriedades e uma delas foi a da produtora Beatriz Braga. Beatriz relata, que produz em 900 ha sendo proprietária de 400 há e nos diz que o custo de arrendamento é de 23% da colheita, em cada plantio se paga este percentual. Os contrato são anuais.
O engenheiro agrônomo Juan Manuel Erro,que produz em 13 mil ha, no qual pertence o grupo Erro, que produz 520 mil sacas de sementes em parceria com a empresa Domario , uma das maiores sementeiras da América do Sul. Ele nos conta que o custo de produção é em media 580 dólares, importante lembrar que este preço é a metade do custo em Mato Grosso no Brasil.
Juan nos diz que na adubação geralmente usam a fórmula que 7-40-0+5 120 kg no plantio e 100 kg de potássio em cobertura. Ele explica que as soja de segunda estão muito irregulares devido ao calor e muita palha que sobrou da cevada. Juan nos informou que a soja hoje atingiu o preço de 470 dólares/ton a 120 km do Porto, isto significa 28,20 dólares a saca, livre de qualquer imposto.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a lei de uso e ocupação do solo, que entrou em vigor neste ano, na qual diz que o produtor a cada dois anos de soja tem que rotacionar com milho ou sorgo. Os produtores têm que apresentar ao governo um plano de uso do solo – não se pode deixar o solo descoberto, não se aceita perdas de solo superior a 7ton ano.Com relação a semente nos informaram que a RR1 está custando 48 dólares o saco de 40 kg e a Intacta RR2 76 dólares. Na intacta, quem salva a semente paga 25 dólares por 40 kg. Gasta-se em média 80 Kg de semente, ou seja, se paga em torno de 50 dólares por ha, o equivalente cobrado no Brasil.
Visitamos também uma das propriedades da empresa ADP (Agronegocio Del Plata) que cultivam 70 mil ha, porém toda mão de obra, operações de plantio e colheita são terceirizados, a empresa tem ainda parceiros em mais 80 mil ha. Os parceiros ajudam na comercialização e compra de insumos e implementos.
De modo geral a safra no Uruguai está muito boa devendo ficar com produtividades acima dos 2,2 mil quilos por hectares, a grande preocupação dos produtores é o clima. Mas é importante lembrar que mesmo com 2 mil quilos por hectare um produtor Uruguaio tem 200 dólares a mais de renda que um produtor que colhe 3,2 mil quilos por ha no Mato Grosso.
*Glauber Silveira
Chegando em Montevidéu fomos rumo ao noroeste, região que se produz a soja. No caminhos passamos pelo município de Mercedes, onde fomos recebidos pelo presidente da Mesa Tecnológica de Oleaginosas do Uruguai, o engenheiro Roberto Verdera, que nos relata que a soja plantada primeira (no final de novembro) é a que produz mais, geralmente alcança de 500 a 600 kg a mais que a plantada de segunda (semeada no mês de dezembro) .
Roberto nos diz que neste ano a soja não está tão boa quanto a da safra anterior, pois teve seca em dezembro de 30 dias e depois 20 dias de chuva em janeiro, mês que choveu 600 mm, metade do que chove o ano todo. Também tiveram problemas intensos com ataques de lagartas. Mas, Roberto nos diz que a grande dificuldade da soja do Uruguai é a seca que dá em janeiro, mas este ano não aconteceu e sendo assim a chuva intensa de dezembro foi o que afetou a soja, impedindo que supere o ano anterior. Por causa da chuva a soja que era de segunda, plantada sobre palhada de cevada, teve problemas de germinação e houve muita falha no plantio, chegando à chover 100 mm em trinta minutos.
A Engenheira agrônoma da cooperativa, Calmer Carolina Silveira nos diz que no Uruguai os solos são ricos em potássio mas tem que adubar com fósforo, diz ainda que o Uruguai plantou quase 1,5 milhões de ha, e tem aumentado a área de soja a cada ano, mas o potencial de crescimento não é muito grande devendo chegar a 2 milhões de ha.
Carolina nos conta, ainda, que fazem cinco aplicações, duas para herbicida e as restantes de inseticida e fungicida, reclama que um dos mais altos custos são dos seguros sociais e dos custo com combustível, o litro de diesel está dois dólares. No país os gastos com energia, gás e combustíveis são altíssimos, pois não se produz e tem que importar.
Conhecemos algumas propriedades e uma delas foi a da produtora Beatriz Braga. Beatriz relata, que produz em 900 ha sendo proprietária de 400 há e nos diz que o custo de arrendamento é de 23% da colheita, em cada plantio se paga este percentual. Os contrato são anuais.
O engenheiro agrônomo Juan Manuel Erro,que produz em 13 mil ha, no qual pertence o grupo Erro, que produz 520 mil sacas de sementes em parceria com a empresa Domario , uma das maiores sementeiras da América do Sul. Ele nos conta que o custo de produção é em media 580 dólares, importante lembrar que este preço é a metade do custo em Mato Grosso no Brasil.
Juan nos diz que na adubação geralmente usam a fórmula que 7-40-0+5 120 kg no plantio e 100 kg de potássio em cobertura. Ele explica que as soja de segunda estão muito irregulares devido ao calor e muita palha que sobrou da cevada. Juan nos informou que a soja hoje atingiu o preço de 470 dólares/ton a 120 km do Porto, isto significa 28,20 dólares a saca, livre de qualquer imposto.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a lei de uso e ocupação do solo, que entrou em vigor neste ano, na qual diz que o produtor a cada dois anos de soja tem que rotacionar com milho ou sorgo. Os produtores têm que apresentar ao governo um plano de uso do solo – não se pode deixar o solo descoberto, não se aceita perdas de solo superior a 7ton ano.Com relação a semente nos informaram que a RR1 está custando 48 dólares o saco de 40 kg e a Intacta RR2 76 dólares. Na intacta, quem salva a semente paga 25 dólares por 40 kg. Gasta-se em média 80 Kg de semente, ou seja, se paga em torno de 50 dólares por ha, o equivalente cobrado no Brasil.
Visitamos também uma das propriedades da empresa ADP (Agronegocio Del Plata) que cultivam 70 mil ha, porém toda mão de obra, operações de plantio e colheita são terceirizados, a empresa tem ainda parceiros em mais 80 mil ha. Os parceiros ajudam na comercialização e compra de insumos e implementos.
De modo geral a safra no Uruguai está muito boa devendo ficar com produtividades acima dos 2,2 mil quilos por hectares, a grande preocupação dos produtores é o clima. Mas é importante lembrar que mesmo com 2 mil quilos por hectare um produtor Uruguaio tem 200 dólares a mais de renda que um produtor que colhe 3,2 mil quilos por ha no Mato Grosso.
*Glauber Silveira