Para os céticos, recomendamos leitura minuciosa das informações relativas ao tema. Infelizmente, gestores irresponsáveis anteriores da Anvisa deram declarações na mídia torcendo os dados do relatório do Programa de Análise dos Resíduos de Agrotóxicos – PARA.
Propagaram a falácia de que os alimentos estavam contaminados com agrotóxicos e que se podia concluir que se utilizava produtos de forma excessiva e o campeão era o Pimentão. Hoje um desses gestores inclusive está na Fiocruz onde segue usando de bastante ideologia e propaga as mesmas inverdades, em uma narrativa conta a agricultura e o Brasil.
Assim como o pimentão, muitos outros também entraram na lista: abobrinha, berinjela, morango, beterraba, abacaxi, alface, cenoura, pepino, mamão e couve. Os produtores dessas culturas tiveram prejuízos amargos e o ministro da saúdo a época disse que nunca mais comeria pimentão. É óbvio que assim como ele, toda a população assimilou da mesma forma as informações.
Mas não era isso que o relatório dizia. Tomando o relatório do PARA 2014 como base, das amostras analisadas, 99% estavam em conformidade, ou seja, não apresentavam nenhum risco a saúde dos consumidores. E a maior parte das inconformidades encontradas era porque o resíduo presente era de um produto não registrado para aquela cultura, mas o limite de resíduos estava dentro dos padrões estabelecidos pela Anvisa, seguros para o consumo humano. Repetindo aos desatentos: seguros para o consumo humano. Tanto que a própria gestora da Anvisa da época assim garantiu em entrevista para a Voz do Brasil.
E porque o produto não estava registrado para aquela cultura? Para registrar um produto uma empresa, as maiores europeias, gastam centenas de milhões de dólares. Mas as empresas só registram produtos para culturas que garantam o retorno do capital. Por exemplo, o consumo de tomate indústria e mesa é enorme, movimentando bilhões. A empresa registra produto para o tomate. Já o pimentão tem um mercado pequeno, o consumo é baixo. A empresa não registra para o pimentão.
Como as plantas são da mesma família (tomate, pimentão, berinjela e outras), as pragas são as mesmas. Logo, o produtor de pimentão utilizará o mesmo produto registrado para o tomate, com a mesma dose. O resíduo no alimento estará dentro do limite estabelecido pela Anvisa, mas será uma inconformidade. Por isso, não é culpa do produtor não ter produto, mas sim da burocracia e lacuna legal. A Anvisa alguma vez disse isso? Não.
O relator da Comissão Especial de atualização da lei de agrotóxicos, deputado Luiz Nishimori – propôs uma solução no seu texto: os produtores de pimentão poderão solicitar a extensão de uso do produto do tomate, assim como todos os produtores de culturas sem produtos registrado para controle de pragas. Respeitando as boas práticas e técnica na aplicação, como já o fazem.
E sobre os resíduos de agrotóxicos fazerem mal? A Anvisa e o Ibama aprovaram os pesticidas usados na lavoura, sabendo que haveria resíduo dos mesmos no alimento e no meio ambiente. Por que será? Porque sabem que este resíduo não significa contaminação do meio ambiente, envenenamento e risco de câncer.
Eles sabem que estes resíduos não são diferentes do flúor após escovar os dentes, ainda que flúor seja tóxico dependendo da quantidade. Dr. Dráuzio Varella afirmou a Globo Rural: “trata-se de questão de crença, se os alimentos com resíduos de agrotóxicos provocassem câncer, essa seria a doença mais prevalecente no mundo”. Dra. Eloisa Caldas – PhD e professora titular de toxicologia da Universidade de Brasília disse o seguinte em entrevista a Agroanalysis: “É importante deixar claro para a sociedade que a presença de resíduos de pesticidas num alimento, mesmo se acima do LMR, ou num alimento para o qual não existe registro, não significa necessariamente risco para a saúde. Ninguém deve deixar de comer um bom prato de salada, mesmo com ingredientes tratados com pesticidas no campo.”
Entretanto, nem a mídia nem as ONGs estão interessadas nas informações técnicas e oficiais. Os que tecem uma narrativa contra a agricultura brasileira, por ignorância ou má fé, a fazem contra o povo brasileiro, sua segurança alimentar e de muitas nações. Infelizmente, a capacidade destas ONGs de se comunicar e propagar essa narrativa denegrindo os alimentos e os produtores é muito grande.
E infelizmente essa narrativa tem sido eficiente, deixando no imaginário coletivo a imagem de que o agricultor é um louco tarado, montando em um trator pulverizando agrotóxicos venenosos nos alimentos que eles mesmo não consomem. Nos resta levar os brasileiros de todas as classes a refletir: será que posso confiar na informação gerada por uma ONG financiada pelos concorrentes brasileiros? Será que posso confiar no discurso de gestores e parlamentares que historicamente por ideologia são contra o agronegócio e ainda gritam “Esse governo é golpista” e chamam as mulheres no comando de “presidenta”?
1. Anvisa alerta: pimentão é o campeão de agrotóxicos – Jornal O Globo
2. http://conteudo.ebcservicos.com.br/programas/a-voz-do-brasil/transcricoes/a-voz-do-brasil-14-11-2014
Por Fabrício Rosa – Diretor Executivo da Aprosoja Brasil
Associação Brasileira dos Produtores de Soja
Parabéns pelo artigo,adorei!