É no Brasil que a produção de alimentos mais cresce no mundo atualmente. Os motivos para isso são ambientais. Na década de 1980, para produzirmos 1 tonelada de alimentos, perdíamos 20 toneladas de solo por hectare por ano pela erosão. Com produtividades médias de 25 sacos de soja por hectare, o Sistema Cooperativo do RS entendia que o ciclo da cultura da soja no Estado já estava esgotado. Adotamos a tecnologia do Plantio Direto na Palha e acabamos com esse desastre ambiental.
O mundo teve sua primeira conferência para discutir meio ambiente em 1972, em Estocolmo, quando ficou marcada para 1992, com a Eco 92, no Rio de Janeiro, o início da culpabilidade e da perseguição ao Brasil pelos problemas ambientais da humanidade. A eco 92 definiu duas bandeiras ambientais com que se preocupar: biodiversidade e clima! Vejam que não se preocuparam com o solo.
De COP em COP sobrou o famigerado Acordo de Paris. Na década de 1990 consolidou-se o Plantio Direto na Palha em todo o Brasil, potencializado com o advento da biotecnologia. Nessa época convencionou-se que sustentabilidade, sem um conceito prático, era constituída de três pilares: Econômico, Ambiental e Social.
O movimento pró biotecnologia revolucionou o Brasil rumo ao domínio mundial em área e produção de soja. Essa posição já foi alcançada com a utilização de apenas 7,8% do total da área brasileira para produção de grãos e sendo apenas 4,5% com a cultura da soja. A defesa da biotecnologia proporcionou uma discussão histórica direta entre os produtores, os cientistas e os ambientalistas. Após aprovada a Lei de Biossegurança 11.105, em 2005, travou-se um novo embate sobre o Código Florestal Brasileiro, Lei 12.651, aprovada em 2012.
Continuaram as Conferências Ambientais em perseguição ao agronegócio brasileiro, mais recentemente, focadas no tema sustentabilidade. A participação do produtor junto com suas entidades consolidou sua posição de ambientalista de fato. Ele é o protagonista na relação com o meio ambiente na produção de alimentos de forma sustentável. Em consequência, procuramos estabelecer um conceito de sustentabilidade que fosse real, moderno e compreensível por toda a sociedade.
Sustentabilidade não tem pilares, tem um alicerce: o ambiental! Daí o ambientalmente sustentável! Questões de políticas econômicas e sociais dependem de Governos. Identificamos os componentes da sustentabilidade para conceituá-la. Começamos com o maior legado deixado pelo nosso imortal Dirceu Gassen com o conceito de produtividade: “é o conhecimento acumulado por hectare”! Conhecíamos a premissa de que para produzir 1 caloria de alimentos por hectare eram gastas 2 calorias de energia fóssil. E essa é considerada a causa do aquecimento global.
Com Plantio Direto na Palha e biotecnologia aumentamos nossa produtividade para mais de 50 sacos (3.000 kg) de soja por hectare, e diminuímos em 60% o consumo de combustíveis fósseis. Nossas adubações médias eram 300 kg por hectare. Aplicamos 300 kg de adubo e colhemos 3 mil kg! Buscamos no conhecimento científico, de onde estava vindo 2.700 kg de soja que não vinham do adubo e solo. O professor de fisiologia vegetal Mário G. Ferri provou que através do processo fotossintético essa produtividade vem do CO2 do ar (carbono e oxigênio, em média 85%) e da água (hidrogênio, em média 5,6%) totalizando 90,6%. Sobrando o oxigênio da água para nossa respiração (figura 1).
Continuamos estudando Dirceu Gassen e o professor Elmar L. Floss com a mais moderna máxima ambiental de que para cada Kg de carbono (e oxigênio (CO2 + Água (Hidrogênio) transformado em soja (alimento) é necessário o sequestro de 3,67 kg de CO2 da atmosfera. Sejamos práticos: um hectare de soja que produza 3.000 kg (50 sacos) de soja, (90,6% são CO+H) totalizando 2.718 kg! Isto multiplicado por 3,67: 10 toneladas de CO2 sequestrados por hectare. Considerando que para a produção de uma quantidade de grãos é necessária a produção de massa vegetal equivalente, o sequestro total de CO2 é de 20 toneladas por hectare. Se cultivarmos outra cultura no inverno com igual produtividade, o sequestro de CO2 anual totaliza 40 toneladas por hectare. Ainda sendo mais práticos: Tupanciretã (RS), que cultivou 150 mil hectares de soja safra 2020 e colheu mais de 3000 kg por hectare, sequestrou, no mínimo, 3 milhões de toneladas de CO2. O Estado do Rio Grande do Sul, que cultivou 6 milhões de hectares de soja, sequestrou 120 milhões de toneladas de CO2.
O Brasil cultivou 38,6 milhões de hectares de soja, está colhendo a maior safra da história, cuja produtividade deverá superar 60 sacas por hectare, conforme figura 2, sequestrou 760 milhões de toneladas de CO2. Cultivando no inverno, pastagens, ou todos os tipos de alimentos, esse número dobra seguramente para, no mínimo 1 bilhão e meio de toneladas de CO2 sequestrados por ano pelo agronegócio brasileiro. Isso muda toda a discussão e mostra que o famigerado Aquecimento Global, Mudanças Climáticas, Países Emissores de CO2, e principalmente, Agricultura de Baixo Carbono (ABC), estão com o conceito ambiental errado! Precisamos mudar completamente essa conceituação! O principal esteio da produção de alimentos é o CO2! O Acordo de Paris criminalizando o CO2 e o uso dos combustíveis fósseis SÃO UMA FARSA! Pela forma preconceituosa e politiqueira como o agronegócio brasileiro é acusado perante a comunidade internacional, é imperioso compartilharmos com nosso Governo Bolsonaro o nosso apoio aos Ministros do Meio Ambiente, Agricultura, Educação, Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores, para mostrarmos ao mundo nosso exemplo a ser seguido na produção de alimentos com o conceito mais moderno de Sustentabilidade.
“Sustentabilidade, é a produtividade na utilização dos bens e recursos ambientais transformando energia luminosa em energia química (alimentos) garantindo a vida para todas as gerações”.
Cremos numa conectividade entre Deus, a Natureza e o Homem que será SUSTENTÁVEL para sempre conforme Gênesis 1;29-30
Não é justo, nem moderno, criminalizar o CO2. Nossa moderna agropecuária brasileira é da baixa emissão de carbono e, principalmente, do alto sequestro de carbono. Agricultura é a arteciência da transformação (Lavosier) do CO2 em alimentos (soja, milho, trigo, leite, carne…). É mitigadora de CO2! O CO2 é muito bem-vindo e necessário para o agroambiental brasileiro. (Figuras 1,2 e 3)
O Acordo de Paris e as campanhas dos falsos ambientalistas contra o Agronegócio Brasileiro é a mais sofisticada e “promíscua” variante do comunismo internacional. Não aceitamos essa injusta e “criminosa” interferência contra nossa Democracia e Soberania Nacional!
*Autor: ALMIR REBELO, Engenheiro Agrônomo, Produtor Rural, Presidente do Clube Amigos da Terra de Tupanciretã (RS) e associado da Aprosoja Rio Grande do Sul.