Levar informação é o lema do Fórum Soja Brasil
A terceira edição do Projeto Soja Brasil trouxe ao munícipio de Rio Verde em Goiás o Primeiro Fórum Soja Brasil 2014/2015. O evento aconteceu na última segunda-feira (dia 25/08) e debateu as projeções para o mercado de soja e milho para a próxima safra. A ideia é orientar os produtores sobre perspectivas cambiais, econômicas no país e a rentabilidade da safra 2014/2015. O Fórum foi realizado no Sindicato Rural de Rio Verde e contou com a presença de mais de 400 participantes entre eles produtores locais.
Divido por temas o Fórum Soja Brasil contou com dois painéis, sendo o primeiro sobre custo de produção. Para debater o tema os participantes convidados foram: o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, Glauber Silveira, o presidente da Aprosoja Goiás, Bartolomeu Braz Pereira, o pesquisador da Embrapa Soja Marcelo Hiroshi Hirakuri, o consultor da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) Pedro Arantes.
Já o segundo painel teve como tema principal as perspectivas de mercado e os participantes foram: o presidente da AprosBrasil, Almir Dalpasquale, o diretor do Sindicato Rural de Rio Verde, Ênio Fernandes, o consultor de Safras&Mercado, Paulo Molinari e o diretor da SIM-Consult, Liones Severo.
Painel Custo de Produção
O debate trouxe diversos assuntos do cotidiano do agronegócio, como por exemplo Leilão de Pepro de milho, gargalos logísticos, seguro rural, insumos e até mesmo o preço pago pelos defensivos agrícolas. Para o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, do Ministério da Agricultura, Glauber Silveira, o produtor está pagando preços altos quando o assunto é fertilizante e defensivos agrícolas. “Pagamos de defensivos agrícolas de 10 a 12 sacas por hectare, um valor que afeta a rentabilidade do produtor”. Silveira destacou ainda que “para o Brasil ser um grande produtor o próprio agricultor terá que investir mais no país e não depender somente de governo”, disse o presidente Glauber.
E a produção norte americana também foi citada. Para o presidente da Aprosoja Goiás, Bartolomeu Braz Pereira o Brasil ainda tem muito a crescer para melhorar a rentabilidade da sua safra, quando comparado aos Estados Unidos, mas Bartolomeu destacou a eficiência do produtor brasileiro. “Da porteira para dentro o agricultor brasileiro é um exemplo. Somos 30% mais eficientes que os americanos, mas perdemos quando saímos da porteira da fazenda, pois não temos, por exemplo, logística eficiente e seguro rural adequado as condições do produtor”, afirmou o presidente da Aprosoja Goiás.
O que esperar do mercado?
Debater as perspectivas do mercado brasileiro, analisando a safra norte-americana, a safra dos países vizinhos, como a da Argentina e a demanda de países da Ásia e principalmente da China, fizeram parte do segundo painel do Fórum Soja Brasil. Devido as previsões pessimistas do mercado, os produtores estão apreensivos e com dúvidas sobre a rentabilidade da safra 2014/2015. Para Liones Severo, diretor da SIM-Consult, o que a produção de soja mundial vem crescido ainda não é suficiente para a demanda mundial. “Não temos soja suficiente no Brasil capaz de derrubar o preço. Os preços vão se recuperar mais rápido do que se imagina”. Liones Severo ainda disse sobre a necessidade de se ter mais farelo “nos últimos oito anos há ineficiência de farelo de soja no mundo, ou seja há espaço para mais produção da oleaginosa”.
Já para o consultor de Safras&Mercado, Paulo Molinari quanto mais cedo vender a soja melhor, pois quem deixou estoque na última safra perdeu bons preços. “60% da soja pode ser vendida antecipada, tem que tentar vender, porque se não corre o risco do produtor não conseguir fechar suas vendas”. Já o diretor do Sindicato de Rio Verde, Ênio Fernandes explica que o sojicultor para tomar a decisão de qual momento deve vender a soja é necessário analisar o custo que ele teve com a produção.
Para o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, o produtor deve ter cautela na hora de analisar seus custos e o mercado. Dalpasquale afirmou que é mais interessante produzir menos e ter mais rentabilidade do que ter grandes produções e ficar no “vermelho”. “O que é melhor, produzir 70 sacas a um custo de 60 reais ou produzir 60 sacas a um custo de 20 reais? É essencial ter um gasto menor para garantir a sustentabilidade da produção”, disse o presidente da Aprosoja Brasil.
Fonte: Ascom Aprosoja Brasil