Após abertura do plantio da safra de soja 2014/2015, o Fórum Soja Brasil discutiu Estratégias de Controle de Pragas e Doenças
A safra de soja 2014/2015 acabou de ser semeada no Brasil e as incertezas sobre as pragas nas lavouras já estão presentes no cotidiano dos sojicultores. E, foi pensando em levar informação aos produtores que o Soja Brasil realizou em Dourados (MS) o Fórum sobre Estratégias de Contra Pragas e Doenças.
O evento teve foco na discussão da lagarta Helicoverpa armigera. E para debater essa praga que causou grandes danos no ciclo 2013/2014 em diversos estados brasileiros, foram convidados: Diretor Executivo da Aprosoja Brasil, Fabricio Rosa, Presidente da Aprosoja MS, Maurício Saito, Áureo Lantmann, consultor do projeto Soja Brasil e o técnico de Desenvolvimento de Mercado da Basf, Marcelo Katakura.
Segundo o consultor do Projeto, Áureo Lantmann, não há motivos para ficar com medo da lagarta. Ele destaca que os prejuízos dessa praga na safra 2014/2015 serão menores. “Temos tecnologia e pesquisa para diminuir o impacto dela. Neste ano a Helicoverpa será mais amena e não trará tantos impactos a lavoura do produtor”, disse.
Mas mesmo com os cenários mais amenos quando o assunto é defensivos agrícolas, o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, afirma que o governo é muito lento para liberar novos medicamentos, novas moléculas. “Atualmente, no Brasil, um produto demora em torno de 5 a 7 anos para ser liberada a utilização nas lavouras, o problema dessa morosidade é que quanto mais lento é o procedimento de liberação mais velha fica a tecnologia, muitas vezes chega ao mercado e já não é mais útil”. Fabrício destacou a necessidade de o governo ser mais ágil na liberação de novos defensivos, pois é uma forma de evitar aplicações excessivas por parte dos produtores e também produzir safras mais sustentáveis.
Refúgio é necessário
No segundo bloco do Fórum falou-se de um tema que vem sendo debatido pelos técnicos do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) como também nas rodas de conversa dos produtores rurais: a necessidade de utilizar o refúgio e o manejo adequado para a tecnologia Bt. Para participar desse debate os convidados foram: Fabrício Rosa, Presidente da Aprosoja MS, Maurício Saito, Pesquisador da Embrapa Soja, Edson Hirose e Pesquisador da Fundação MS, Fernando Grigolli.
A tecnologia Bt é resistente há algumas pragas e para se preservar a tecnologia é fundamental que o produtor utilize métodos de manejo que possam garantir a eficiência dela. E é pensando na qualidade da produção brasileira que o Mapa publicou, nesta quinta-feira (25/09), a Portaria no. 950, que cria um grupo técnico (GT), para monitorar a eficiência da tecnologia dos cultivares de genes resistentes aos insetos. O GT é formado por cientistas, indústria de biotecnologia e produtores rurais.
Para o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, a criação do Grupo Técnico é essencial para saber se a área de refúgio estabelecida para a cultura (soja, milho e algodão) está adequada. Fabrício lembra que o GT é parte de uma ação maior de normatizar o refúgio e que ainda dependerá de uma Instrução Normativa (IN) tornar o refúgio obrigatório. Essa instrução vem sendo discutida com o governo, indústria e entidades. “Aprosoja tem contribuído com elaboração da IN, que ao final terá poder de definir obrigações e multas. O objetivo é proteger as tecnologias criadas para o melhor desenvolvimento do plantio, preservando a produtividade”, afirmou Fabrício.
De acordo com pesquisador da Embrapa Soja, Edson Hirose, quanto maior a área de refúgio mais se preservará a tecnologia e quanto menor, maior será a chance das pragas desenvolverem resistência. “Não existe uma propriedade que não se deva fazer refúgio. O manejo adequado tem que ser feito dentro da propriedade de todos, respeitando o valor que foi estipulado para cada cultura, no caso da soja, de 20%”, explicou Hirose.
Outro ponto debatido no painel é se os produtores vão adotar o refúgio estabelecido para a tecnologia Bt na soja. Para o presidente da Aprosoja MS, Maurício Saito, o agricultor está consciente de deverá sim fazer o seu dever de casa. “Apesar do desafio, com a devida orientação das empresas, das associações e da pesquisa, não tenho dúvida que agricultor vai cumprir o que for estipulado”.
Para o Pesquisador da Fundação MS, Fernando Grigolli o trabalho é de conscientizar o produtor sobre a importância de preservar a tecnologia Bt. “Eu acredito que não é só punir o produtor, mas incentivar com algum bônus aqueles que fizerem o refúgio”, afirmou. Grigolli disse ainda que será essencial criar uma norma obrigatória para o refúgio. “Quanto mais rápido tivermos essa norma, melhor será para o país”.
Para Aprosoja Brasil
Ainda são muitos os pontos a serem entendidos sobre Refúgio e suas necessidades, mas a Aprosoja vem trabalhando juntamente com o Mapa para orientar os sojicultores de todo o país sobre a necessidade da importância de se adotar essa técnica de manejo de resitencia de insetos.
Ascom Aprosoja Brasil