Agricultores estão com dificuldades para vender o que está sendo plantado. Preços estão baixos e desanimam os agricultores a fechar negócios.
Nem bem o plantio da soja começou em Mato Grosso e os agricultores já estão preocupados com a venda da safra. O preço baixo emperra a comercialização antecipada.
Uma boa chuva ajudaria o agricultor André Maraschin neste início de safra. Ele ainda não começou a plantar os 850 hectares de soja em Campo Verdeporque o solo está seco demais e não é apenas a falta de água que preocupa.
O mercado do grão também deixa o agricultor em alerta. “O ano passado, fechamos a saca a R$ 58 no pico da safra e este ano não temos nem proposta ainda das tradings e isso está preocupando”, diz.
Quando há procura, os preços não agradam, por isso, André só negociou 20% da soja que espera colher. No ano passado, nesta mesma época, ele já tinha vendido 60% da produção.
A negociação antecipada é uma estratégia adotada por muitos agricultores tanto para travar os custos de produção quanto para tentar aproveitar eventuais momentos de alta no mercado futuro. Só que por enquanto está difícil enxergar com clareza o cenário adiante.
Em todo o estado de Mato Grosso apenas 16% da produção prevista foi vendida até agora, segundo o Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), bem menos que os 41% comercializados no mesmo período do ano passado.
Diante das cotações pouco atrativas, a orientação da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) é manter os olhos nos outros elementos que ajudam a compor os preços finais do grão. Pode estar aí a chance de melhorar a rentabilidade.
“Principalmente os fatores de câmbio e os prêmios portuários, que ainda estão bastante atrativos. O câmbio pode ser o direcionador dos preços para a próxima safra”, explica Ricardo Tomczyk, presidente da Aprosoja.
Fonte: G1