Plantio de Soja em MT foi interrompido por 20 dias de seca. Até o fim de novembro é preciso semear 8,8 milhões de hectares de soja.
Uma seca de mais de 20 dias interrompeu o plantio de soja em Mato Grosso, o maior estado produtor. Agora, com o retorno das chuvas, os agricultores correm contra o tempo para preparar a safra.
A lama dificulta, mas a máquina avança sobre o terreno molhado. Depois de quase três semanas de seca, a chuva é bem-vinda em Mato Grosso. Mesmo que agora ela atrapalhe um pouco o plantio, os agricultores tocam o trabalho debaixo d´água.
“Está muito atrasado. Tem que fazer de tudo para conseguir fazer esta planta ir até o limite”, diz Nilson Lemes da Silva, operador de máquina.
Até o final de novembro, as plantadeiras precisam semear 8,8 milhões de hectares de soja, uma área equivalente a quase 60 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
“Agora nós estamos numa operação de guerra contra o tempo”, conta Alessandro Uggeri, produtor rural.
A última vez em que a estiagem atrasou o plantio foi há quatro anos e a demora pode atrapalhar a próxima safra. A soja tem que ser colhida até o final de fevereiro para dar espaço às lavouras de milho que vão ser plantadas no mesmo terreno.
“O milho precisa ser plantado neste período, até o dia 20 de fevereiro, para que ele tenha chuvas adequadas para o seu desenvolvimento e que a produtividade seja adequada”, analisa Otávio Celidônio, superintendente do IMEA (Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária).
A tarde vai embora e as plantadeiras continuam com os motores ligados. Os faróis iluminam o caminho e o cultivo segue noite adentro.
“Tem que tomar bastante cuidado, ter mais atenção à noite. Tem que estar atento”, explica Jair Dorneles, operador de máquinas.
Uma fazenda em Nova Mutum (MT) pertence a um grupo que vai plantar 25 mil hectares de soja nesta safra. Mas, por enquanto, só foram semeados 20% de toda esta área. Por isso, os trabalhos à noite são feitos com força total. Todas as máquinas utilizadas durante o dia também trabalham à noite.
A tecnologia permite uma semeadura perfeita mesmo com a ausência do sol. Tudo é controlado por equipamentos modernos, que garantem mais eficiência à produção no campo, mesmo quando a natureza não ajuda.
“Nós trabalhamos aqui com agricultura de precisão e isso nos ajuda bastante. E o maquinário nosso é um maquinário de primeira qualidade. Realmente nos dá todas as condições de trabalhar”, afirma Luiz Divino da Silva, gerente do grupo.
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Fonte: Jornal da Globo