Aprosoja Brasil participa do primeiro evento que reuni mais de 100 mega produtores rurais do país para debater os destinos e as tendências dos seus negócios
Durante os dias 27 e 28 desse mês, os principais nomes do agronegócio estiveram reunidos, pela primeira vez, em São Paulo, no Fórum Mega Agro. Por meio de painéis o evento procurou levar informação e gerar o debate entre os participantes.
O presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale foi convidado para participar do painel Agricultura do Futuro sob o Ponto de Vista de Dirigentes e Grandes Produtores, no qual o mediador foi o coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, Roberto Rodrigues. O diretor executivo da Abrapa, Márcio Portocarreiro e presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos também foram participantes desse mesmo painel.
Em debate
Para começar as discussões o mediador Roberto Rodrigues falou sobre a importância de aumentar a demanda de alimentos no mundo. “A única forma de garantirmos a paz mundial é ter comida para todos”, disse Rodrigues. O presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, acrescentou dizendo que o crescimento da produção mundial nesses últimos 10 anos se deve, também, aos avanços das tecnologias que entraram no país. “Nós como líderes de entidades lutamos para termos mais qualidade na produção e por isso estamos sempre na busca do melhor para o produtor”, afirmou Dalpasquale.
Para o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, a produção brasileira tende a aumentar, utilizando por exemplo antigas áreas de pastagem, ou seja ainda tem espaço para a produção. Segundo dados da Conab a safra 2014/2015 será recorde no país. Segundo as estimativas da Conab o país produzirá para o próximo ano a cima de 195 milhões de toneladas de grãos.
Quando o assunto foi mercado, Dalpasquale informou que hoje, nem 30% da safra brasileira de soja 2014/2015 foi comercializada, de acordo com a Abiove. “Nesse mesmo período na safra anterior
os produtores já haviam comercializado 50% da sua produção, ou seja, esse ano o agricultor está capitalizado podendo escolher o melhor momento para vender sua soja”. Ainda durante o seu discurso, o presidente da Aprosoja falou sobre os preços comercializados.”Não é um ano quebrado, como muitos disseram, afinal com a elevação do dólar o preço fica mais atrativo”.
Por outro lado, o representante da Abrapa, Márcio Portocarreiro, contou que o mercado para o algodão não está muito bom. “O produtor não está quebrado, mas está no limite. Tivemos nos últimos anos a entrada da lagarta Helicoverpa o que nos deixou desarmado, sem produtos”. Ainda no seu discurso Portocarreiro afirmou que o clima vem ajudando a manter a safra de algodão, mas não se compara com os plantios de dois anos atrás.
Principais Gargalos
E, não demorou muito para os representantes das entidades falarem dos fatores estruturantes que estão deixando o setor em desvantagem em relação aos competidores internacionais. E por isso, Dalpasquale citou como principal demanda da cadeia da soja o aperfeiçoamento da logística e a segurança jurídica no campo. Para o presidente da Aprosoja esses temas devem ser tratados com mais seriedade pelo governo e resolvidos o mais breve possível.
“Eu sempre faço uma comparação: enquanto o agronegócio anda de locomotiva o governo anda de charrete”, destacou.
Já o diretor da Abrapa disse concordar com o Almir, mas acrescentou mais dois entraves que devem ser tratados com agilidade pelo governo federal, junto da Frente Parlamentar da Agropecuária: morosidade para liberar novos defensivos no mercado e também a necessidade do Congresso de priorizar a legislação trabalhista.
Fonte: Ascom Aprosoja Brasil