Após a seca ter derrubado a produtividade da soja no norte do Paraná em 2013/14, os produtores da região já têm motivos para comemorar neste ciclo 2014/15, em fase inicial de colheita. “Algumas lavouras ainda precisam de chuva, mas o potencial é fantástico”, diz Marcos Rubin, sócio-analista da Agroconsult.
A consultoria está realizando a 12ª edição do Rally da Safra, expedição técnica que percorre as principais regiões produtoras de grãos do país. O Valor acompanha a equipe 3 do rally, que largou na quinta-feira no norte do Paraná e passará pelo oeste do Estado até chegar a Campo Grande, capital sul-mato-grossense.
Conforme a Agroconsult, o norte do Paraná registrou rendimento médio de 37,5 sacas por hectare de soja na temporada 2013/14 – bem abaixo da média estadual de 49,2 sacas observada no período. Das dez lavouras visitadas pelo Valor na quinta-feira, apenas uma aparentou potencial para menos de 50 sacas por hectare. Com pés bem formados, a maioria dos plantios tem chance de superar 60 sacas, e alguns poderão se aproximar de 70 sacas.
Em Campo Mourão, no oeste do Paraná, um dos principais polos agrícolas do Estado, o clima favorável também deve garantir um elevado patamar de produtividade. “Prevemos uma média de 75 sacas por hectare, acima das 72 da temporada passada”, diz o produtor Marcos Montans, que deverá iniciar sua colheita dentro de 10 a 15 dias.
Apesar do otimismo com o rendimento, os produtores seguem preocupados com as margens de lucro nesta safra 2014/15. Para Campo Mourão, no oeste do Paraná, um dos principais polos agrícolas do Estado, a Agroconsult calcula uma rentabilidade de R$ 628 por hectare, menos da metade do resultado de 2013/14 (R$ 1.273). A baixa reflete sobretudo a queda das cotações na bolsa de Chicago nos últimos meses e o aumento de custos. Mas a alta do dólar pode compensar parte das perdas.
Fonte: Valor