Com muitas expectativas e vontade de bater novos recordes que 40% da safra 2014/2015 de soja já foi colhida em todo o Brasil
Problemas de estiagem e o excesso de chuva na colheita prejudicam a produtividade da safra
Com o objetivo de acompanhar o desenvolvimento da colheita e da comercialização foi que a Aprosoja Brasil conversou com os dirigentes das Aprosojas nos estados para se ter um breve relato de como andam as lavouras nas principais regiões produtoras do país.
Os produtores brasileiros tiveram nessa safra problemas com o veranico e consequentemente impactos ruins com a chegada de pragas nas lavouras. Em cada estado a falta de chuvas afetou de uma forma, mas de maneira geral ela causou perdas na produtividade e atraso no plantio e na colheita.
Estimativa das Aprosojas Estaduais
Na região Centro-Oeste o estado de Goiás foi uma das principais regiões impactadas por conta da falta de chuvas, segundo a Aprosoja-GO foi estimado de 15% a 20% a menos de produtividade por conta das precipitações que não vieram. “Tivemos um forte atraso de plantio em função de poucas chuvas em Outubro, o que está impactando em nossas colheitas atuais e na diminuição da janela de plantio do milho safrinha”, disse o presidente da Aprosoja GO, Bartolomeu Braz.
De acordo com a estimativa da Aprosoja GO, 45% da safra já foi comercializada, no entanto o estado colheu somente 22%. Outro dado da entidade é que a expectativa inicial era de produzir de 10 milhões de toneladas, sendo que hoje já se trabalha com cerca de 8,4 milhões de toneladas de soja.
Ainda no Centro Oeste, o estado de Mato Grosso do Sul, já colheu mais de 34% da safra regional e a comercialização do grão, de acordo com dados da Aprosoja-MS, está em torno de 35%, número bem próximo do que já foi colhido no estado. Para o presidente da Aprosoja-MS, Maurício Saito, a safra 2014/2015 é considerada regular. “Tivemos diferentes épocas de plantio, com um atraso de aproximadamente 18 dias, por conta da estiagem e agora vale salientar que estamos com excesso de chuvas nos últimos dias, o que tem dificultado a colheita e pode interferir na qualidade dos grãos”, conta Saito.
Para o presidente do Mato Grosso, Ricardo Tomczyk, o estado irá aumentar sua produção devido ao aumento de 3,2% de área plantada. “Esse ano o MT não irá chegar aos 28 milhões de toneladas previstos, devido aos problemas climáticos. Mas o estado continua com boa produção, ultrapassando os números da última safra, de 26.441 milhões toneladas”, afirmou Tomczyk. Segundo Ricardo, a colheita no estado já superou os 35%, enquanto a comercialização já atingiu os 55%.
Em Tocantins estima-se que 10% da soja foi colhida e 40% comercializada. No Maranhão os números são semelhantes e em nos dois os estados, segundo os dirigentes das Aprosojas, deverão ter perda de produtividade devido a falta de chuva e o atraso da colheita.
Estimativa de Comercialização
Estimativa de Colheita
Aprosoja Brasil
Para o dirigente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, os problemas climáticos atrasaram a colheita nacional. “Se comparamos o percentual colhido até o momento é menor do que o da safra passada, devido ao atraso no plantio. Já com relação a comercialização, era de se esperar que ocorresse mais lentamente, por conta das menores cotações da soja nos últimos meses”.
Ainda, segundo o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, a produção brasileira não deve chegar aos 95 milhões de toneladas devido aos problemas citados no desenvolvimento da lavoura. “Acredito que a safra deve ficar entre 91 e 92 milhões de toneladas, principalmente por falta de chuvas em Goiás e agora no final, as chuvas tendem a aumentar problemas com ferrugem e de qualidade dos grãos colhidos”.
Alto do Dólar
Sobre a alta do dólar, Almir destaca que até agora foi muito bom para os negócios. Porém, ainda há o risco de novas elevações, após a comercialização, elevarem os custos de produção e tirarem parte da rentabilidade que os produtores tiveram. “Em outros anos nós vimos isso, o produtor compra insumos com cambio de 3,00 e vende com o cambio de 2,50”.
Em virtude do Brasil importar mais de 70% dos fertilizantes e defensivos utilizados na lavoura, a valorização da moeda americana impacta diretamente nos custos de produção. Além disso, mesmo insumos como as sementes, acabam sendo reajustados com a alta do dólar, uma vez que também utilizam fertilizantes e defensivos na sua produção.
Fonte: Ascom Aprosoja Brasil