Na última semana, a Aprosoja Brasil realizou uma missão especial à China, principal importador de soja do país e do mundo. Atualmente, as compras de soja brasileira pela República Popular da China chegam aos 32,6 milhões de toneladas, 70% do total exportado pelo Brasil. O presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale, participou das reuniões com os chineses e trouxe um relato do que foi tratado.
O objetivo da missão foi ampliar as relações comerciais com os chineses e entender um pouco melhor dos hábitos, necessidades e comportamento dos consumidores. Para Dalpasquale o Brasil tem um papel essencial no bem estar dos cidadãos asiáticos, pela importância alimentar da soja, e por isso é importante esta proximidade com os clientes.
“Sete milhões de pessoas nascem na China todos os anos e de 12% a 16% da população passa fome – cenário que põem o Brasil não somente em uma posição econômica mundial, mas também social”, afirmou o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale.
O presidente da Aprosoja Brasil buscou levar mais conhecimento aos chineses de como a produção de soja é feita no Brasil e como o uso de tecnologias novas nas lavouras têm ajudado no ganho de produtividade e diminuição de custos. “Buscamos mostrar aos chineses, especialmente ao governo chinês, que a biotecnologia revolucionou a agricultura brasileira. Em muitos momentos os chineses tem buscado aumentar suas compras de soja GMO free, mas hoje essa não é a realidade do Brasil e do mundo e estamos tentando mostrar isso aos chineses”, explicou Dalpasquale.
“Senti que eles querem continuar consumindo os grãos do Brasil, mas estão receosos com as tecnologias usadas nos nossos campos, em especial a soja transgênica. Nos como representantes do agronegócio temos que conscientiza-los que o grão modificado não faz mal a saúde e ainda ajuda a deixar os mercados mais competitivos, devido a sua alta produtividade”, disse o presidente da Aprosoja Brasil.
Dalpasquale demonstrou aos chineses que o Brasil convive de forma harmônica com os cultivos de soja e milho transgênicos há anos. “Nossos consumidores consomem produtos feitos com transgênicos e que estão nos supermercados, com indicação nos rótulos”, afirmou o dirigente. Nosso principal receio é de que isso vire uma barreira técnica, com restrição de uso de novas tecnologias disponíveis no Brasil, mas não aprovadas pela China.
Ainda durante os encontros com os representantes chineses muito foi falado sobre há necessidade de novos investimentos na logística brasileira. “Deixamos claro que mais de 60% da safra brasileira é escoada em rodovias, dessa forma o país gasta muito para escoar sua safra, em media 50% mais caro que os EUA e a Argentina”, explicou Dalpasquale. O presidente da entidade destacou a necessidade de construção de ferroviários que atravessem todo o Brasil e obras que viabilizem as potenciais hidrovias do país.
De acordo com Dalpasquale, os chineses demonstraram muito interesse em possíveis investimentos na logística brasileira. Ficou acertado de aprofundar a pauta em um novo encontro que contasse também com a presença do Governo brasileiro.
Também participou da missão como representante da Abramilho, o ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli. Recentemente o Brasil conseguiu firmar um protocolo de exportação de milho para a China e o ex-ministro participou da missão para buscar levar sua experiência e conhecimento de agricultura e mercado. “Paulinelli, representante forte do agro brasileiro, aos 78 anos de idade enfrentou as intempéries, com agendas cansativas de trabalho, mas manteve-se firme na nossa missão – que era de mostrar o potencial do agronegócio brasileiro”, frisou o presidente Dalpasquale.
Fonte: Ascom Aprosoja Brasil