Segundo entidade, expedição verificou que preocupação com resistência de pragas à biotecnologia está maior nesta safra de milho
O produtor de milho de Mato Grosso está mais atento para a adoção de áreas de refúgio nas suas lavouras nesta safra. A constatação foi feita pelos participantes do Circuito Tecnológico, realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho do estado (Aprosoja-MT). Em nota, a Aprosoja-MT informa que a maioria dos agricultores visitados durante a expedição está utilizando a técnica. O que não ocorreu no ano passado, aumentando a procupação com a perda de eficiência do combate, por exemplo, à lagarta do cartucho.
“Nós estamos percebendo que algumas tecnologias que funcionavam na safra passada, esse ano começaram a sofrer aumento nos danos pela lagarta. Ou seja, já estamos caminhando para ter falha dessas tecnologias. Por enquanto, está controlado, mas é preciso que seja adotado a área de refúgio para barrar isso”, disse o especialista em controle de pragas da Embrapa, Rafael Pitta, conforme divulgado pela Aprosoja-MT.
O refúgio é uma medida de manejo que tem como um dos principais objetivos evitar a criação de resistência de pragas às tecnologias presentes nas sementes transgênicas, especialmente a Bt. Ele é feito plantando sementes convencionais ao lado das lavouras geneticamente modificadas.
No Brasil, a prática ainda carece de regulamentação. Discussões sobre assunto vem sendo realizadas por autoridades, especialistas e entidades representativas de produtores rurais. Havia uma expectativa de que a norma ficasse pronta até o início da safras 2014/2015, mas isso não ocorreu. Sem uma obrigatoriedade, foram feitas apenas orientações técnicas, conforme as recomendações definidas pelas empresas de sementes geneticamente modificadas.
No ano passado, um Grupo Técnico foi formado para monitorar a situação das lavouras em relação ao chamado manejo de resistência. Formado pelo Ministério da Agricultura, empresas de biotecnologia e representantes de produtores, o grupo não tem atribuição regulatória. Apenas avalia as recomendações e, quando necessário, pode sugerir adaptações.
Fonte: Site Globo Rural