A reativação da hidrovia Tietê-Paraná foi a pauta de uma reunião de entidades do agronegócio, governantes e empresários com o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, na última semana, em Brasília.
Entidades do agronegócios querem que o governo federal faça a mediação das discussões entre os Estados envolvidos (GO, MS, MT, SP) para garantir a volta do transporte hidroviário até o início da colheita da safra 2015/16, em fevereiro do próximo ano. Também cobram o não fechamento do canal Pereira Barreto (SP), o que poderia desativar de vez o trecho norte da hidrovia, que começa em Goiás.
Importante rota de escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste, a navegação na Tietê-Paraná foi suspensa em maio de 2014 devido ao baixo nível dos rios. A crise hídrica na região Sudeste foi a origem da interrupção. Diante da escassez de água, o governo de São Paulo optou por maximizar a geração de energia elétrica nas barragens de Ilha Solteira e de Três Irmãos, ambas naquele Estado. A medida provocou queda no nível desses reservatórios e, consequentemente, inviabilizou a navegação.
“Essa hidrovia, que funciona há mais de 30 anos, é estratégica porque tem ligação rodoviária, ferroviária e chega perto do porto. É o que buscamos de exemplo para outros rios e regiões”, ressaltou Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), que participou da reunião. “Hoje queríamos estar aqui para tratar de melhorias na hidrovia, como investimentos em dragagem, mas infelizmente estamos tentando evitar seu fechamento”, completou.
Transporte de grãos
Ao longo dos rios Tietê e Paraná operam 10 eclusas e vários canais que permitem o tráfego hidroviário, sem interrupções durante o ano. A maioria das tradings de grãos, indústrias de celulose, madeireiras, materiais de construção e do setor sucroalcooleiro utilizam a hidrovia, em ritmo que cresce mais de 8% ao ano, conforme a Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega) e o Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo (Sindasp).
Somente no trecho de São Simão (GO) a Pederneiras (SP) eram transportadas anualmente em torno de 3 milhões de toneladas de grãos. Com a navegação suspensa, milhares de caminhões a mais ganharam as rodovias – a capacidade de uma balsa equivale à média de 180 caminhões bitrem –, uma solução cara e pouco competitiva para o agronegócio. “Os custos aumentaram muito. O transporte hidroviário cobra R$ 30 por tonelada, enquanto no rodoviário pagamos pelo menos R$ 100 por tonelada”, diz Bartolomeu.
Fechamento do canal
A navegação na hidrovia Tietê-Paraná opera de forma integrada com a geração de energia elétrica e demais usos da água desde os anos 1990, após a conclusão das barragens de Três Irmãos e de Nova Avanhandava e do canal Pereira Barreto, todos no Estado de São Paulo. O canal interliga os reservatórios de Três Irmãos, no rio Paraná, e Ilha Solteira, no rio Tietê.
Em maio de 2015, o Departamento Hidroviário (DH) da Secretaria de Logística de Transportes de São Paulo apresentou uma proposta de fechamento do canal Pereira Barreto até o mês de agosto deste ano. Segundo o diretor Casemiro Tércio Carvalho, o departamento fez duas propostas ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) de retomada da navegação na hidrovia, mas ambas foram rejeitadas, mesmo com a aprovação da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Marinha.
O bloqueio da passagem de água no canal Pereira Barreto deve encher parte do rio Tietê, possibilitando a navegação a partir da região de Araçatuba (SP). O presidente da Fenavega, Raimundo Cavalcante Filho, alerta que o fechamento do canal impediria a exploração de 300 quilômetros navegáveis no trecho norte da hidrovia, justamente de onde saem 90% de tudo o que é transportado na Tietê-Paraná.
Na próxima segunda-feira (13), os participantes da reunião retornam à Casa Civil para dar continuidade a essas discussões. Na oportunidade, entidades e empresários devem apresentar um estudo que mostra a viabilidade de produzir energia elétrica e continuar o transporte hidroviário pela Tietê-Paraná.
Fonte: Aprosoja Goiás, com Fenavega, Sindasp e Portal LR1
Entidades do agronegócios querem que o governo federal faça a mediação das discussões entre os Estados envolvidos (GO, MS, MT, SP) para garantir a volta do transporte hidroviário até o início da colheita da safra 2015/16, em fevereiro do próximo ano. Também cobram o não fechamento do canal Pereira Barreto (SP), o que poderia desativar de vez o trecho norte da hidrovia, que começa em Goiás.
Importante rota de escoamento da produção de grãos do Centro-Oeste, a navegação na Tietê-Paraná foi suspensa em maio de 2014 devido ao baixo nível dos rios. A crise hídrica na região Sudeste foi a origem da interrupção. Diante da escassez de água, o governo de São Paulo optou por maximizar a geração de energia elétrica nas barragens de Ilha Solteira e de Três Irmãos, ambas naquele Estado. A medida provocou queda no nível desses reservatórios e, consequentemente, inviabilizou a navegação.
“Essa hidrovia, que funciona há mais de 30 anos, é estratégica porque tem ligação rodoviária, ferroviária e chega perto do porto. É o que buscamos de exemplo para outros rios e regiões”, ressaltou Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), que participou da reunião. “Hoje queríamos estar aqui para tratar de melhorias na hidrovia, como investimentos em dragagem, mas infelizmente estamos tentando evitar seu fechamento”, completou.
Transporte de grãos
Ao longo dos rios Tietê e Paraná operam 10 eclusas e vários canais que permitem o tráfego hidroviário, sem interrupções durante o ano. A maioria das tradings de grãos, indústrias de celulose, madeireiras, materiais de construção e do setor sucroalcooleiro utilizam a hidrovia, em ritmo que cresce mais de 8% ao ano, conforme a Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega) e o Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo (Sindasp).
Somente no trecho de São Simão (GO) a Pederneiras (SP) eram transportadas anualmente em torno de 3 milhões de toneladas de grãos. Com a navegação suspensa, milhares de caminhões a mais ganharam as rodovias – a capacidade de uma balsa equivale à média de 180 caminhões bitrem –, uma solução cara e pouco competitiva para o agronegócio. “Os custos aumentaram muito. O transporte hidroviário cobra R$ 30 por tonelada, enquanto no rodoviário pagamos pelo menos R$ 100 por tonelada”, diz Bartolomeu.
Fechamento do canal
A navegação na hidrovia Tietê-Paraná opera de forma integrada com a geração de energia elétrica e demais usos da água desde os anos 1990, após a conclusão das barragens de Três Irmãos e de Nova Avanhandava e do canal Pereira Barreto, todos no Estado de São Paulo. O canal interliga os reservatórios de Três Irmãos, no rio Paraná, e Ilha Solteira, no rio Tietê.
Em maio de 2015, o Departamento Hidroviário (DH) da Secretaria de Logística de Transportes de São Paulo apresentou uma proposta de fechamento do canal Pereira Barreto até o mês de agosto deste ano. Segundo o diretor Casemiro Tércio Carvalho, o departamento fez duas propostas ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) de retomada da navegação na hidrovia, mas ambas foram rejeitadas, mesmo com a aprovação da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Marinha.
O bloqueio da passagem de água no canal Pereira Barreto deve encher parte do rio Tietê, possibilitando a navegação a partir da região de Araçatuba (SP). O presidente da Fenavega, Raimundo Cavalcante Filho, alerta que o fechamento do canal impediria a exploração de 300 quilômetros navegáveis no trecho norte da hidrovia, justamente de onde saem 90% de tudo o que é transportado na Tietê-Paraná.
Na próxima segunda-feira (13), os participantes da reunião retornam à Casa Civil para dar continuidade a essas discussões. Na oportunidade, entidades e empresários devem apresentar um estudo que mostra a viabilidade de produzir energia elétrica e continuar o transporte hidroviário pela Tietê-Paraná.
Fonte: Aprosoja Goiás, com Fenavega, Sindasp e Portal LR1