Aprosoja Brasil esteve em missão nos EUA para discussão do futuro da biotecnologia e de sistemas de controle de pragas. O itinerário incluiu uma reunião com a Organização da Indústria de Biotecnologia (BIO, sigla em inglês) e o USDA, uma reunião com o embaixador brasileiro em Washington e o Adido Agrícola, todas em Washington.
Em uma segunda parte foram realizadas visitas em áreas de produção e discussão com especialistas e produtores. Integraram a missão o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale e o Diretor Executivo, Fabrício Rosa.
Alto custo de registro para novas tecnologias preocupa a Organização da Indústria de Biotecnologia dos EUA e USDA
De acordo com O’Mara, o aumento está diretamente relacionado com a falta de critérios claros e científicos na avaliação da segurança dos eventos definidos tanto pela União Europeia quanto pela China. Além disso, cada país adota uma série de critérios diferentes, tornando quase impossível o cumprimento de todos por empresas menores, além de retardar por anos aprovação dos eventos.
A solução passa pela atuação em bloco
Na mesma reunião, estiveram presentes representantes do USDA que relataram essa discrepância de critério de exigências do bloco europeu e da China. O USDA tem questionado esses países e exigindo a adoção de critério que sejam transparentes, previsíveis, baseados em ciência e com prazos definidos.
Em virtude desses desafios, o órgão governamental realizará em setembro seminário sobre biotecnologia, com o objetivo de esclarecer sobre a segurança da produção e consumo de alimentos transgênicos. Os representantes do USDA foram unanimes no que tange a necessidade de parcerias e participação do governo brasileiro e das associações de produtores no processo de convencimento das autoridades europeias e chinesas da necessidade de alterarem seu rito de registro de transgênicos.
Para o presidente da Aprosoja Brasil os países produtores devem atuar juntos, em parceria, para acharem uma fórmula de registro e também para proporem uma agenda em comum na Europa e na China. “Temos que trabalhar para o benefício mutuo e pela cooperação desses países, afinal temos que atender as demandas dos compradores/exportadores. Dessa forma é fundamental produzirmos nossos grãos e buscamos um acordo entre todos os envolvidos no processo”, destacou Almir Dalpasquale.
O atraso na liberação de novos registros prejudica a produtividade das lavouras. Por conta do clima Tropical do país os agricultores ficam limitados – afetando a competitividade da produção nacional. “No Brasil, as pragas e as doenças tem uma dinâmica muito maior do que nos EUA ou Argentina, dificultando mais a vida dos produtores e reduzido sensivelmente as margens. Os produtos disponíveis para controle do mato e de pragas não estão mais funcionando. Se não se aprova novas tecnologias, nos limitam do ponto de vista operacional e técnico”, explicou o presidente Dalpasquale.
A missão foi recebida pelo embaixador do Brasil nos EUA, Luiz Alberto Figueiredo e o Adido Agrícola, Luiz Cláudio Caruso.
A visita à Embaixada do Brasil em Washington tratou dos principais acordos comerciais entre EUA e Brasil, sendo o mais recente o acordo bilateral de comercialização de carne in natura. O acordo foi firmado na última visita da presidente Dilma Rousseff e da ministra Kátia Abreu ao país, em junho desse ano.
Exportar carne brasileira é importante para a cadeia de soja do país, haja vista que o farelo de soja é o principal produto proteico utilizado em rações de aves, bovinos e suínos. Além disso, tem aumentado o confinamento e o semi confinamento. “Exportar carne para os EUA se transforma numa vitrine para o Brasil expandir sua exportação para outros países”, explicou o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa.
O Adido Agrícola, Luiz Cláudio Caruso, destacou a forte reação dos americanos aos transgênicos e de que há claramente um movimento pró orgânicos e que isso tem se intensificado nos últimos meses.
Entidade vê pragas resistentes como um problema global
A Aprosoja Brasil também aproveitou a missão para conhecer novas tecnologias e principais pragas que prejudicam os produtores rurais do país. Novos eventos de biotecnologias e sistemas de controle multiprodutos são a grande tendência indicada pelas universidades e empresas e que vem sendo adotados pelos produtores. Em todo o mundo, tem sido uma constante a necessidade de novos princípios ativos para controle de insetos e ervas daninhas que têm se tornado resistentes aos sistemas de controle e produtos atuais. Há relatos na Argentina, Brasil, EUA, França e outras nações europeias.
Para controle das ervas daninhas resistentes, estudos tem apontado a necessidade de uso de mais de dois herbicidas com modos de ação diferentes. De acordo com o estudo publicado pela Universidade de Illinois, produtores que realizam misturas em tanque de vários princípios tem tido resultados melhores, reduzindo as chances de aparecimento das resistências no campo.
Ervas Daninhas Resistentes Inviabilizam a produção de soja nos EUA
Existem pelo menos três novos eventos transgênicos que devem ser lançados entre este ano e o ano que vem e que conferem resistência a ervas daninhas. Para a Aprosoja Brasil é essencial que estes eventos estejam o quanto antes disponíveis para os produtores. “Estamos enfrentando resistência de ervas daninhas no campo para os principais herbicidas, com destaque para o glifosato. Capim amargoso, Buva, Picão preto, dentre várias outras. Mas temos consciência de que é preciso adotar, não apenas uma tecnologia, mas um sistema de controle mais eficiente, com várias tecnologias”, destacou o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale.
Fonte: Ascom Aprosoja Brasil
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