O excesso de chuva na região do Paraná trouxe transtorno para os produtores de milho no período da colheita, nesta segunda safra. Cerca de 80% da área já foi colhida e a expectativa é de quebra de 20% na produtividade.
Segundo José Eduardo Sismeiro, presidente da Aprosoja – PR, o milho que estava pronto para ser colhido foi perdido com as fortes chuvas que aconteceram durante três semanas seguidas. “O grão de boa qualidade acabou caindo junto como ardido e o brotado. Já o produtor que esperou um pouco mais para colher, entrou com o milho úmido e teve um desconto maior”, conta.
Diante desse cenário, a lucratividade do produtor de milho é afetada. Ainda segundo ele, a saca na região gira em trono de R$ 20,70 no balcão. Porém, existe a taxa de 3,3% de fundo de capital pago às Cooperativas, bem como a contribuição destinada ao governo. Com uma produtividade de 80 a 85 sacas por hectares a rentabilidade será baixa.
“Esses 20% de perda é uma previsão do que a gente acredita, mas o número concreto só saberemos quando fechar a safra paranaense. Contudo, o produtor só seria de fato remunerado se a saca girasse em trono de R$ 24,00, uma vez que a cultura do milho é muito cara. Os fertilizantes, sementes, inclusive fungicidas, deixam o custo muito mais alto”, destaca.
Da mesma forma, outros estados serão afetados pelo clima e terão quebra na produtividade. “O Paraná é um estado que planta em várias épocas. No Norte do estado as chuvas não afetaram a colheita, uma vez que eles plantaram a cultura mais tarde. No entanto, o Mato Grosso do Sul deve sofrer, pois o clima foi muito parecido com o nosso”, explica o presidente.
Safra de verão
Ainda segundo o presidente, com a proximidade do término do vazio sanitário, o produtor segue na expectativa positiva de uma nova safra. “Dentro de trinta dias damos início ao período de semeadura e os agricultores estão confiantes como sempre”, conta.Com a previsão de chuva por conta do El Niño, o agricultor tem motivos para acreditar em uma safra melhor, no entanto a previsão não é de aumento de área. “Às vezes pode aumentar um pouquinho, por não se plantar o feijão ou o milho de verão, mas nós não temos previsão concreta de aumento. O Paraná já tem suas áreas consolidadas e acredito que o tamanho será o mesmo dos anos anteriores”, conclui.