A primeira tecnologia de soja geneticamente modificada totalmente desenvolvida no Brasil foi lançada nesta terça-feira (25), em Brasília
Vice presidente da Aprosoja Brasil foi homenageado na cerimônia
O Sistema de Produção Cultivance é resultado de quase 20 anos de trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a multinacional Basf e já entra no mercado com aprovação da União Europeia e 17 países importadores da oleaginosa.
O Sistema de Produção Cultivance combina quatro cultivares de soja geneticamente modificadas, de grande potencial genético, com o uso de herbicida de amplo espectro (classe das imidazolinonas) para controle de plantas daninhas de folhas largas e gramíneas. Essa alternância entre diferentes tecnologias evita a seleção de plantas daninhas resistentes, especialmente ao glifosato, principal herbicida utilizado pelos sojicultores.
Pesquisador da Embrapa Soja, Carlos Arrabal Arias explica que, atualmente, o Brasil tem 34 casos de resistência de plantas daninhas e que, a cada safra, o manejo de espécies como buva, azevém e capim-amargoso preocupa mais. “Com essa nova ferramenta no sistema de produção de soja, o produtor tem agora a possibilidade de rotacionar herbicidas com diferentes mecanismos de ação para o manejo de plantas daninhas de difícil controle”, diz.
Na safra 2015/16, a tecnologia Cultivance será disponibilizada para sementeiros parceiros da Embrapa e da Basf, que vão multiplicar o material e iniciar a comercialização no primeiro semestre de 2016. O sistema foi desenvolvido para atender todas as regiões do País, mas inicialmente apenas sojicultores de oito Estados poderão adquirí-lo: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Rondônia, além do Distrito Federal. Segundo a Embrapa, à medida que forem registradas novas cultivares de soja, a comercialização será expandida para outras regiões.
Reconhecimento
Participaram do lançamento do Cultivance a ministra da Agricultura, Kátia Abreu; o presidente da Embrapa, Maurício Lopes; e o vice-presidente sênior da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para a América Latina, Eduardo Leduc. Lopes destacou que a pesquisa possibilitou à Embrapa dominar o protocolo da obtenção de uma cultivar geneticamente modificada, desde a concepção até a chegada ao campo, caso provavelmente único de uma empresa de pesquisa no mundo.
Durante o evento, pesquisadores, produtores e representantes de instituições importantes para a produção de soja no Brasil foram homenageados. O presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz Pereira, representou a Aprosoja Brasil na entrega simbólica da tecnologia. Também receberam homenagens a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
“Com essa tecnologia teremos maior eficiência e menor dependência de glifosato, podendo aproveitar mais o potencial produtivo das variedades. E essa parceria da Embrapa e Basf nos dá maior credibilidade”, avaliou Bartolomeu.
Fonte: Embrapa, com adaptações