A seca afeta culturas importantes no Nordeste. No Maranhão, as perdas são grandes nas lavouras de soja.
O oeste da Bahia é uma das regiões que mais produzem no estado. As lavouras de soja, milho e algodão ocupam uma área de 1,9 milhão de hectares. Mas a falta de chuva em fevereiro e março trouxe prejuízos. A produção de soja deve ter uma queda de 37,5% e o milho de 30%, segundo dados da AIBA, Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia.
A produtividade média das lavouras, que no ano passado passou de 50 sacas por hectare, caiu para 27 sacas este ano. O agricultor Helder Cremonese tem uma fazenda em Sambaíba, na região sul do estado, e já sabe que os dois mil hectares que plantou não vão render o suficiente para honrar os compromissos. “Na verdade, a conta não fecha. A gente vai sentar com as empresas e os bancos para ver qual a melhor opção”, diz.
A pior safra dos últimos 15 anos é resultado da instabilidade no clima. Faltou chuva na época do plantio no fim do ano passado e também na fase de formação dos grãos em fevereiro deste ano. As plantas não cresceram, o que significa quebra de rendimento.
Segundo o último levantamento da Conab, a queda na produção deve chegar a 21%. Como choveu bem na primeira semana de março, muitos agricultores resolveram antecipar o plantio da safra de milho, que só estava previsto para maio.
O agricultor Deone Sandri plantou dois mil hectares, mas agora acredita que a estiagem também vai prejudicar a formação das espigas. “Vai compensar por o milho tá com preço bom e por causa da procura, mas a estiagem também vai prejudicar o rendimento”, diz.
Além do Maranhão e da Bahia, mais dois estados fazem parte da região conhecida como Matopiba: Tocantins e Piauí. Segundo a Conab, a produtividade da soja também deverá cair esse ano no Piauí cerca de 23% e no Tocantins 29%.
Fonte: Globo Rural com Ascom Aprosoja Brasil