Alta da saca de soja não garante rentabilidade aos produtores
Essa semana Conab divulgou 9º Levantamento Safra 2015/16, confirmando previsão da Aprosoja Brasil de queda drástica no produção do grão.
Devido aos diversos problemas climáticos ocorridos pelo El Ninho na safra 2015/2016, ausência das precipitações e chuvas irregulares fizeram estados como MA, PI, TO e bolsões do Centro-Oeste, apresentarem quebras de mais de 50% na produção, com redução expressiva não só de produtividade, mas também entre a área plantada e área a ser colhida.
Reuniões com o Ministério da Fazenda
Nos últimos dias, a Aprosoja Brasil visitou o secretário adjunto de política agrícola do Ministério da Fazendo, Ivandré Montiel, para alertar da necessidade de prorrogação de parcelas de custeio e investimento do MATOPIBA e bolsões do Centro Oeste.
O presidente da Associação, Marcos da Rosa, explicou aos representantes da Fazenda que hoje, o produtor prorroga o custeio, mas o gerente o alerta que se prorrogar investimento, não conseguirá tomar crédito novo de custeio. “Precisamos estar alinhados com a Fazenda, Mapa e Instituições Financeiras. Estamos solicitando uma reunião com a diretoria do Banco do Brasil, BNB e BNDES para avaliação das prorrogações de investimentos feitas e a para colocarmos problemas reais dos produtores. Com isso, será possível uma ação de diretoria nas agências, visando destravar a questão, haja vista se tratar apenas de rolagem”, disse Da Rosa.
Ainda na busca de resolver o problema de prorrogação de custeio e investimento, na tarde desta quinta-feira (09.06), a Aprosoja Brasil convocou reunião, novamente, ao Ministério da Fazenda para solicitar uma resposta sobre o tema. Solícito na busca de resolver esse entrave o secretário adjunto de política agrícola do Ministério da Fazendo, Ivandré Montiel, garantiu que atuará para destravar as prorrogações. Na próxima semana deve haver uma reunião com o BNDES. A reunião contou também com representantes da CNA e do Banco do Brasil.
Atuando no Mapa
Além de ir a Ministério da Fazenda a Aprosoja Brasil já havia solicitado ao secretário de política agrícola do Mapa, Neri Geller, a necessidade de a pasta atuar na negociação com o Ministério da Fazenda para não impedir a contratação de novas operações por parte destes produtores.
O presidente da Aprosoja TO, Rubem Ritter, afirma que o 50% da safra de soja do estado quebrou, situação que faz os produtores procurarem as agências financeiras para postergas as parcelas de custeios e investimentos.
Alto preço da Soja
A notícia de que o preço da soja bate novo recorde é o que mais vem preocupando os produtores brasileiros. A produção argentina sofreu uma quebra e, somado ao menor processamento do país, ou seja, lei da oferta e procura: pouco grão o preço sobe.
O valor da saca no porto de Paranaguá, no Paraná, teve uma alta de 6%, mas para presidente da Aprosoja Brasil essa alta não traz beneficio aos produtores. “A maior parte já fechou seus contratos, e o pior, devido à quebra de safra muitos não vão conseguir nem cumprir os contratos, ou seja, não tem soja para entregar”.
Da Rosa lembrou ainda do alto custo de produção que safra 2015/2016 teve impacta também no valor da saca. “O preço da oleaginosa está em alta, o produtor teve em médio um custo total 20% maior comparado ao ano anterior, em MT”, destaca o presidente da entidade nacional.
Quebra de Safra pelo Brasil
No Rio Grande do Sul tiveram diversos episódios, como o excesso de chuva durante o plantio, estiagem no mês de janeiro seguido do ataque de pragas e por fim enchentes no período da colheita. Para o presidente da Aprosoja RS, Décio Teixeira, muita soja foi perdida ou comprometida. “Em relação ao ano passado houve uma queda de produção de 10% por hectare, no mínimo, mas os dados das instituições não estão dando isso”, questiona Teixeira.
Outro fator negativo no momento, para o representante estadual é o é a ampliação de área plantada do estado. “Tivemos um aumento de 4%, ou seja, o RS está produzindo em 206 mil hectares a mais que o último ano situação ruim quando analisamos as incertezas que o El Ninho trouxe para os produtores”, explicou Teixeira.
Em cada região o El Ninho deixou sua marca, o que se assemelha nos municípios brasileiros foi a quebra da safra, sendo estimado em 60% no Maranhão, 70% no Piauí e de 50% em Tocantins. Segundo o presidente da Aprosoja Piauí, Moyses Barjud, a conjuntura atual é bastante crítica, pois não tem soja no mercado e por isso o preço da oleaginosa está em alta, situação que não favorece o sojicultor.
“A safra 2015/2016 está entre as duas piores safras do Piauí, a média não chegou a 20 sacas por hectare. E, não adianta preço da saca está em alta, como mostra nos noticiários diariamente, visto que os meus compromissos com as trades são em soja grão, ou seja não tenho como cumprir os acordos, pois não tenho o grão” O representante expõem que caso a situação do crédito nãos seja ajustada será inviável fazer a safra 2016/2017 devido a quebra estadual de produção de soja 2015/2016.
Fonte: Ascom Aprosoja Brasil