No Lançamento Oficial do Plantio da Safra de Soja 2016/2017 muito se falou sobre os desafios de diminuir o custo de produção e aumentar a produtividade, esses serão os maiores desafios dessa safra segundo especialistas
Abrindo a manhã desta quinta-feira (22.09) o palestrante Daniel Latorraca do Imea, trouxe números que impactaram os produtores. Segundo o superintende esta safra terá um da lar irregular e por conta da tendência de volatilidade os produtores devem ficar atentos nas contas. “Não adianta a moeda americana ascender, se os custos de produção vão subir também, por isso o produtor tem que saber fazer os cálculos. Os insumos no MT estão custando em médio R$ 1.800,00 por hectare, valor bastante alto comparado com outros anos”, destacou Latorraca.
Ainda com intuito de alertar os produtores o superintende de Imea disse que na safra 2016/2017 o hectare vai custar para o sojicultor do Mato Grosso mais de R$ 3000 . “Segundo os dados do Imea nossa previsão é que seja colhido em média 53 sacas/ha, se for abaixo desse número corre risco de não ter rentabilidade no negócio. Ou seja, esse ano a busca pela alta produtividade será essencial”, explicou Latorraca.
Após a safra 2015/2016, na qual diversões bolsões do Brasil sofreram drasticamente com as interferência climáticas, alguns municípios sem chuva outros com excesso de precipitações, o produtor está receoso, como medo da conta não fechar. Buscando soluções para diminuir o custo da lavoura, foi que o geólogo e pesquisador da Embrapa Éder Martins trouxe como tema “Técnicas de Rochagem”. Segundo ele, o Brasil possui solos pobres de nutrientes e para compensar este problema os produtores investem muito em fertilizantes e isso impacta diretamente a rentabilidade do produtor. É aí que entram os remineralizadores como o pó de rocha, que se trata de rocha moída e peneirada com a função de melhorar a qualidade física e química do solo. “A rochagem não será para substituir os fertilizantes, mas sim complementa-los e assim diminuindo os custos da lavoura”, disse o geólogo.
Ainda falando de tecnologias para reduzir gastos nas lavouras, o engenheiro agrônomo produtor rural, Cassiano Ricardo Niero Mendes falou da Agricultura fermentativa, que visa o uso de bactérias que promovem a bioproteção e crescimento de plantas saudáveis, por meio de microrganismos do solo, recuperando assim a produção de nutrientes. “Com esta técnica, o produtor consegue economizar 20% nos custos com insumos e ter incremento de até 7% na produtividade, já no primeiro ano. Mas é importante lembrar que a técnica não substitui o uso dos químicos no solo,” explicou Cassiano.
O pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Júlio César Reis frisou a importância dos sistemas integrados de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e as vantagens do sistema. Segundo Reis, um estudo recente da Embrapa demonstrou que o produtor que adota este sistema recupera todo o investimento em seis anos e ainda registra ganhos de 10 sacas por hectare. “A ideia deste estudo da Embrapa é despertar o interesse dos produtores sobre o sistema e suas vantagens”, observou Reis.
Para fechar as palestras técnicas o diretor executivo do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB), Nery Ribas cotou sobre o Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, que é uma forma de estimular, desafiar o produtor a buscar recordes. “Nosso foco é disseminar informação, pois só chega a máxima produtividade quem por exemplo, acompanha as tecnologias, faz o manejo de solo, compra semente qualificada, ou seja, é uma construção continua”, frisou Ribas.
O mediador das palestras, o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, A safra 2016/2017, provavelmente terá uma redução de área. “A última safra deixou resquícios negativos em diversos estados, devido as condições climáticas. Hoje, muitos produtores estão no vermelho, a conta não fecha, a capacidade de investimento foi reduzida. Dessa forma o sojicultor irá evitar de correr riscos, para não aumentar o seu endividamento”. Da Rosa completou dizendo que “as palestras do Fórum Soja Brasil mostraram diversas técnicas para reduzir nossos custos”, destacou Marcos da Rosa.
O presidente pediu cautela aos produtores de todo o país. “Houve um acréscimo no preço dos insumos, de maneira geral o custo de produção, nas últimas safras têm aumento, e o sojicultor vai ter que ter muita atenção para a atividade não ficar insustentável”, observou o presidente da Aprosoja Brasil.
Fonte: Ascom Aprosoja Brasil