O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim mensal de oferta e demanda nesta quarta-feira (9) e indicou, como vinha sendo esperado pelo mercado, um aumento da produção de soja no país. A estimativa passou de 116,8 milhões para 118,69 milhões de toneladas, acima da expectativa média dos traders que era de pouco mais de 117 milhões.
Em contrapartida, as exportações norte-americanas também foram revisadas para cima, passando de 55,11 milhões para 52,53 milhões de toneladas. O volume de soja a ser esmagado, porém, caiu e passou de 53,07 milhões de toneladas, estimadas em outubro, para 52,53 milhões de toneladas.
O departamento manteve inalterados os dados de área plantada e área colhida, respectivamente, em 33,87 e 33,59 milhões de toneladas. Porém, subiu sua projeção de produtividade média para impressionantes 59,82 sacas por hectare. Os traders acreditavam em algo perto de 58,97.
Os estoques finais de soja dos EUA também subiram. A nova projeção do USDA é agora de 13,06 milhões de toneladas, contra as 10,75 milhões projetadas no relatório anterior. A expectativa média, nesse caso, era de 11,43 milhões de toneladas, e o número veio em linha com a máxima esperada.
Cenário Mundial
Os números do USDA trouxeram ainda um aumento da produção mundial de soja, a qual passou de 333,22 milhões para 336,09 milhões de toneladas. Assim, os estoques finais são estimados em 81,53 milhões de toneladas, contra 77,36 milhões do boletim anterior.
América do Sul – No quadros sulamericano, quase nenhuma mudança. A safra brasileira segue projetada em 102 milhões de toneladas e a argentina em 57 milhões de toneladas. Os estoques do Brasil permaneceram em 18,48 milhões de toneladas, enquanto os da Argentina subiram de 30,30 milhões para 31,15 milhões de toneladas.
O Brasil, ainda de acordo com o boletim, deve exportar 58,4 milhões de toneladas da oleaginosa e a Argentina, 9,25 milhões.
China – Entre os números da China, mudanças apenas nos estoques, que cresceram de 13,66 milhões para 14,46 milhões de toneladas. As importações da nação asiática ainda são estimadas em 86 milhões de toneladas.
Milho: Produção e estoques também maiores nos EUA
O USDA aumentou suas projeções também para a temporada 2016/17 de milho dos EUA. A produção nacional deverá passar de 382,48 milhões para 386,76 milhões de toneladas, com produtividade média esperada em 185,52 sacas por hectare, contra 183,52 do reporte anterior.
O mercado esperava, para esses dados, uma média de 381,45 milhões de toneladas e 183,1 sacas por hectare.
Os estoques finais americanos do cereal subiram para 61,04 milhões de toneladas e também se mostraram acima da média das projeções, a qual era de 58,19 milhões de toneladas.
Entre as frentes da demanda, as mudanças vieram somente no uso do milho para etanol, que subiu de 133,99 milhões para 134,63 milhões de toneladas. As exportações dos EUA, por sua vez, foram mantidas em 56,52 milhões de toneladas.
Cenário Mundial
Assim como aconteceu na soja, a produção global de milho também subiu. O volume estimado agora pelo USDA é de 1.030,53 bilhão de toneladas, contra 1.025,69 bilhão de outubro. Os estoques finais, portanto, passam de 216,81 milhões para 218,19 milhões de toneladas.
América do Sul – A produção do Brasil e da Argentina não foram alteradas e ainda são projetadas em 83,5 milhões e 36,5 milhões de toneladas. Os estoques são esperados em, respectivamente, 5,94 milhões e 2,06 milhões de toneladas. O Brasil, segundo estima o USDA, deverá exportar 25,5 milhões de toneladas e a Argentina, 25 milhões.
Importadores – Entre os principais importadores do cereal, o volume do México é esperado para alcançar 13,8 milhões de toneladas; o Japão, 15 milhões e a Coreia do Sul, 9,8 milhões de toneladas.