O terceiro Fórum Soja Brasil da safra 2016/2017, realizado em Rio Verde (GO), tratou de um assunto de extrema importância para o avanço da agricultura no Brasil nos próximos anos, a sustentabilidade, e como isso pode trazer vantagens ao sojicultor. Além disso, os debates abordaram também as perspectivas sobre o clima, avanços da biotecnologia e os desafios do mercado internacional da soja.
No agronegócio a sustentabilidade é entendida como o conjunto de todas as praticas agrícolas que permitem ao produtor ter rendimentos satisfatórios com o mínimo de impacto ao meio ambiente. O pesquisador da Embrapa Cerrados, André Ferreira, foi o responsável pela palestra que tratou sobre tema, destacando o fundamental papel da sustentabilidade no futuro da agropecuária nacional e internacional. “Se os produtores não começarem a mudar a postura, talvez o Brasil não chegue a 2050 como principal produtor mundial de alimentos, como todos esperam”, afirmou Ferreira. “Rotação de culturas é uma prática sustentável, mas não vem sendo usada da maneira correta.”
O pesquisador explicou, durante o debate, que o manejo integrado de pragas, uso de adubação química em conjunto com técnicas como a rochagem, para manejo de solo, entre outras medidas já trazem benefícios e deveriam ser mais usadas pelos produtores. “Sabemos que a assistência técnica no campo ainda está aquém do que deveria, mas estas informações estão sendo muito difundidas, é só buscar e praticar”, garante Ferreira. “O que temos feito é acabar com as tecnologias atuais e esperando lançarem mais.”
Esta última afirmação de Ferreira é exatamente o tema da palestra interativa da diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani. Ela tratou sobre os cuidados necessários para garantir a eficiência das biotecnologias atuais, já que poucas têm sido lançadas. “Uma opção já bastante difundida e importante é fazer o refugio para reduzir a incidência de pragas tolerantes a inseticidas”, contou ela.
Outra palestra bastante esperada no dia tinha como tema principal “Perspectivas de comportamento do Clima na Safra 2016/2017”, ministrada pelo meteorologista da Somar, Celso Oliveira. Segundo ele, a chegada do fenômeno La Niña, mesmo que fraco, trará poucas chuvas ao verão da região Sul do país, e maiores precipitações no Centro-Oeste e Nordeste. “Apesar desta previsão, é bom lembrar que as irregularidades nas chuvas serão constantes e os produtores precisam ficar de olho na meteorologia para evitar problemas”, diz Oliveira. “Será um ano de mudanças no clima.”
Estas incertezas sobre o clima também podem gerar reflexos nas cotações internacionais da soja, assim como a mudança da política econômica mundial, garante Paulo Molinari, analista de mercado da consultoria Safras & Mercado, e um dos palestrantes do Fórum Soja Brasil. “Será um ano diferente, não poderemos raciocinar como nos últimos 15 anos”, garante Molinari. “É difícil saber o que vai acontecer, recomendo o produtor aproveitar as oportunidades do mercado, como as atuais, para garantir algumas vendas.”
Por fim, o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil, Marcos da Rosa, ressaltou a importancia dos sojicultores se unirem e se organizarem para lutar juntos por questões desfavoráveis a produção de soja brasileira. “Precisamos construir um projeto de nação, e isso só conseguiremos juntos”, discursa da Rosa, muito aplaudido pelos presentes.
Fonte: projetosojabrasil/canalrural
Parabéns pelo artigo,adorei!