A utilização de pó de rochas existentes no Brasil como substituto natural de fertilizantes é uma das apostas do setor agropecuário para reduzir parte dos custos de produção. O tema foi discutido durante o 3º Dia de Campo de Soja, Safra 2016/2017, promovido no município de Mineiros (GO). Na ocasião, foram discutidas alternativas de boas práticas, como a agricultura biológica e sua contribuição para sistemas de alta produtividade.
A iniciativa foi promovida pela empresa Da Terra, Insumos Agrícolas com o apoio da Aprosoja Brasil na Fazenda Babilônia, de propriedade do produtor Rogério Vian, que é diretor da Aprosoja Goiás. Participaram mais de 300 produtores rurais, pesquisadores e técnicos de vários estados, como Goiás, Paraná, Mato Grosso, São Paulo, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.
De acordo com o presidente da Aprosoja Goiás, Bartolomeu Pereira, o setor produtivo tem enfrentado os maiores custos de produção da história. “Vemos cada vez mais desafios para os produtores. Por isso, buscamos ter mais sustentabilidade. A gente vê que o pó de rocha tem resultado e acredito nesta alternativa”, afirmou.
O consultor Luzon Tadeu, da Negócios da Terra, apresentou uma palestra com o tema Agricultura Moderna a Moda Antiga. Ele defendeu a adoção de práticas sustentáveis com a utilização de alta tecnologia para garantir a preservação dos solos e da água para o setor agrícola.
O pesquisador da Embrapa Cerrados, Éder Martins, falou sobre as vantagens do processo de remineralizadores de solos para o melhor aproveitamento dos cultivos. De acordo com Eder Martins, uma tecnologia só está superada quando ela não consegue atingir seu objetivo inicial.
‘Somos dependentes de potássio e não temos fontes disponíveis. Todas vêm do hemisfério norte. Esta questão da dependência em relação aos insumos tem de ser algo a considerar. É um problema para nós. Outro tipo de consequência que enfrentamos com as práticas convencionais é com perda de matéria orgânica e o pó de rocha pode trazer benefícios importantes’, destacou.
Conforme o pesquisador, o enriquecimento do solo pode resolver contribuir até mesmo com o problema da subnutrição mundial. “Temos mais obesos do que desnutridos, que são 9% da população do planeta. Estamos ampliando a possibilidade de fazermos um manejo mais sustentável em todos os pontos de vista. A aplicação de pó de rocha no ambiente tropical é benéfico. Mas tem de haver atividade biológica no solo”, ponderou.
Participaram também do encontro nomes como o pesquisador da Embrapa Sebastião Pedro e o produtor Antônio Galvan, Ao final das palestras os participantes foram convidados a conhecer dois trechos onde estão sendo utilizados pó de rocha em fazenda localizada em Mineiros (GO). Há dez anos Rogério Vian começou a experimentar os minerais existentes no próprio estado de Goiás para enriquecer o solo de sua propriedade.
‘Tive uma redução de 30% no custo de plantio. No início foi uma loucura, ninguém sabia se iria dar certo, mas logo as plantas se desenvolveram. É uma alternativa que precisa ser estudada caso a caso pelo produtor, de acordo com as características e as condições do solo que possui’, arrematou.