A Câmara Setorial da Soja vai apresentar ao Ministério da Agricultura uma moção de apoio aos produtores de Mato Grosso para que linhas de crédito específicas, com juros mais baixos e melhores prazos de pagamento, sejam incluídas no próximo Plano Safra, a ser lançado ainda no primeiro semestre do ano. O pedido foi formalizado através da Comissão de Política Agrícola da Aprosoja-MT durante reunião da Câmara Setorial realizada na última quarta-feira (22/2), em Brasília.
De acordo com a vice-presidente da Aprosoja MT para Região Norte, Roseli Giachini, o foco da proposta a ser apresentada ao Ministério da Agricultura são produtores com área plantada a partir de mil hectares.
“O ideal é que pudéssemos formar grupos de produtores que apresentem melhores garantias de pagamento destes financiamentos, com juros mais baixo. Este é o pedido que formalizamos na Câmara Setorial da Soja”, afirmou.
Dentre as vantagens da medida, Roseli Giachini destaca a melhor qualidade que a armazenagem oferece ao produto colhido e a maior possibilidade de comercialização de grãos durante períodos de entressafra.
“Com a capacidade ampliada de armazenagem, o produtor vai poder fazer um blend dos grãos para minimizar perdas em períodos de chuva e quando ocorre um maior percentual de avaria. A armazenagem também vai reduzir a ameaça de o produtor ter sua soja contaminada por fedegoso”, acrescentou a diretora da Aprosoja-MT.
Segundo dados da entidade, Mato Grosso tem um déficit de armazenagem de 33 milhões de toneladas levando em consideração a margem de 20% de segurança estabelecida pela FAO. O estado produz um total de 55 milhões de toneladas e tem capacidade de armazenagem em torno de 33 mi/ton.
Classificação
Ainda durante o encontro, a Câmara Setorial da Soja criou uma sala de discussão para discutir o modelo de criação de uma Câmara Arbitral que vai mediar conflitos de classificação de grãos no momento da comercialização com as indústrias e cerealistas. A manifestação foi sugerida pelo presidente da Câmara Setorial, Glauber Silveira, ao acrescentar que a situação no Mato Grosso tem sido agravada em função das fortes chuvas que atingem o estado nas últimas semanas. Glauber destacou que há casos de produtores que tiveram perdas de até 50% e outros que abandonaram parte das lavouras.
Outros temas
“Vamos também participar de outros grupos de trabalho, como o que vai propor medidas de auxílio ao manejo de ervas resistentes ao uso de Paraquat, bem como o melhor momento de dessecação das lavouras. A Câmara também promoverá reuniões para aprofundar impacto de diferentes regulamentos dos estados e países vizinhos para o vazio sanitário da ferrugem asiática, e a possibilidade de ajustes no início e final do plantio da soja dentro do período”, afirmou Fabrício Rosa, consultor da Câmara e Diretor Executivo da Aprosoja Brasil.
Fonte: Aprosoja Brasil