Mercado
O preço da soja em grão em Mato Grosso apresentou valorização semanal de 0,26% e média de R$ 58,60/sc. Mesmo com a alta de Chicago, a desvalorização do câmbio teve maior impacto sobre as cotações internas, segundo projeções do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). O contrato para mar/17 encerrou a última semana com queda de 0,20% e média de US$ 10,47/bushel. As boas expectativas para a safra da América do Sul e o avanço da colheita no Brasil limitaram os ganhos em Chicago. A margem bruta de esmagamento registrou queda de 13,70% na última semana. A retração nos preços do farelo e do óleo de soja teve maior impacto na variação. A taxa de câmbio apresentou recuo semanal de 1,20%, encerrando a última semana com média de R$ 3,10/US$.
No MS, o preço médio da saca de soja recuou 2,41% entre 13 e 20 de fevereiro, cotada a R$ 60,76. Até 20 deste mês, o MS já havia comercializado 36,55% da produção, um atraso de 11% em relação à safra passada. Para o milho, queda também no preço entre 13 e 20 de fevereiro. O preço da saca recuou 1,5% e foi cotado a R$ 24,56. O MS possuía até 20 de fevereiro 7,67% da produção já negociada, um atraso de 19% em relação à safra passada.
A média atual para a soja em Goiás é de R$ 62. No milho disponível, o preço médio é de R$ 29 reais. Para os contratos de milho para a safrinha, preços em torno de R$ 22. Quanto à comercialização, foi verificado volume de vendas mais lento que nos anos anteriores, com cerca de 40% a 45% vendido na soja e 10% no milho safrinha.
No estado do Paraná, a comercialização atinge 19% da safra, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado. Segundo o relatório, 13% da safra já foi negociada e apenas 1% da safrinha 2017 está comercializada.
Segue a apreensão dos produtores no Rio Grande do Sul quanto ao declínio dos preços. Os valores do bushel estão se mantendo de certa maneira estáveis, mas o dólar está em franca queda e esse parece ser o fator preponderante na formação do preço atual. Os outros componentes da formação do preço da soja (base, porto, prêmio e frete) indicavam um valor em torno de R$ 50 e R$ 110/ton., o que afeta negativamente o preço da soja em aproximadamente R$ 6,50 a menos do que as cotações de novembro.
Clima e colheita
As regiões oeste e nordeste de MT foram as mais “prejudicadas” com a chuva, apresentando os menores avanços semanais da colheita. Apesar disso, os trabalhos a campo neste ano se mostram avançados em relação aos anos anteriores, com destaque à região médio-norte, que registra 72,4% das áreas já colhidas, com diferença de 26,8 p.p. em relação à safra 15/16 e de 31,9 p.p. ante a média dos últimos cinco anos. Para as próximas semanas, a colheita tende a continuar sendo ditada pelas condições climáticas. A estimativa de área plantada foi de 9,396.349 milhões de hectares e a produtividade média prevista é de 54,05 sacas por hectare. A produção deve fechar em 30 milhões de toneladas do grão. A comercialização da safra 2016/2017 chegou a 58%. Até o dia 17 de fevereiro, a colheita já tinha atingido 52% do estado.
No Mato Grosso do Sul, 24% da safra de soja 2016/2017 já foi colhida e 17,7% da área destinada ao cultivo do milho 2ª já safra está semeada, de acordo com a Circular Técnica n° 197, do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (SIGA MS). Segundo o levantamento, a região sul continua a frente no processo de colheita, com porcentagem média de área concluída de 27,8%. A região norte está logo atrás, com 22,1% da área colhida e, na sequência, a região centro, com 14,3% dos grãos retirados das lavouras. A evolução, entre os dias 10 e 17 de fevereiro, foi de aproximadamente 13,6% para o Estado. Ou seja, em uma semana cerca de 341.400 hectares foram colhidos. Na comparação com os dados da safra 2015/2016, estima-se até o momento um aumento da área plantada de aproximadamente 2,4% no Estado, passando de 2.46 milhões de hectares para 2.52 milhões de hectares na safra 2016/2017. Também se projeta um acréscimo de 2,4% em relação à produção do grão, de 7.601 milhões de toneladas na safra 2015/2016 para 7.787 milhões de toneladas na safra 2016/2017. Já a produtividade deve se manter estável, com colheita de 51,5 sacas/ha. O milho 2ª safra já atinge 17,7% de área plantada. No estado, a colheita da soja da safra 2016/2017 deve ser concluída na primeira quinzena de abril e o plantio do milho 2ª safra, na segunda quinzena do mesmo mês, segundo a projeção da Aprosoja/MS.
Em Goiás, o clima tem sido favorável para a colheita nos últimos dias. Apesar de estar ocorrendo chuvas por todo o estado, o tempo se mostrou mais firme do que no começo do mês, facilitando o rápido avanço da colheita. Os levantamentos da Aprosoja/GO apontam que 50% da soja já foi colhida no estado e que o plantio de milho safrinha já chega a 70%.
O Deral/PR elevou a sua previsão de produção de soja no Paraná na safra 2016/17 para 18,61 milhões de toneladas, aumento de 13% ante o ciclo anterior. Para o milho de primeira safra, o Deral projetou produção de 4,43 milhões de toneladas (+34%). A colheita de soja avançou 16 pontos porcentuais na semana, para 31% da área plantada, estimada pelo Deral em 5,25 milhões de hectares. Quanto ao milho verão, a colheita avançou 8 pontos porcentuais, para 14% da área. O Deral estimou a área de milho primeira safra de milho em 500.587 hectares. Para o milho de segunda safra, que já foi plantado em 48% da área, contra 23% na semana passada, o Deral fez leve ajuste na sua previsão de área. Agora, o departamento projeta 2,28 milhões de hectares, ante 2,30 milhões de hectares no mês passado. Com isso, a perspectiva de produção foi reduzida de 13,48 milhões para 13,37 milhões de toneladas.
No Rio Grande do Sul, as condições, de maneira geral, são excepcionais, segundo a Aprosoja/RS. O clima, com calor abafado e chuvas bem distribuídas, contribuiu positivamente para o desenvolvimento vegetativo e o enchimento de grãos, que nesta época está na fase entre 40% e 50%. O controle de pragas foi feito sem explosões de qualquer espécie de lagartas. Apesar disso, houve a necessidade de controle de helicoverpa e, sobretudo, da falsa medideira na soja intacta, o que elevará os custos. Aproximadamente 3% da área total estimada de 5,52 milhões de há foram colhidos. A estimativa da Aprosoja RS é que supere os 16,5 milhões de ton, não surpreendendo que chegue a 17 milhões de toneladas.
Fonte: Aposoja Brasil, Imea, Aprosoja/MS, Aprosoja/GO, Deral/PR e Aprosoja RS