O superintendente do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, conversou com o Notícias Agrícolas para passar uma perspectiva do que poderá acontecer com o câmbio daqui pra frente e se essas mudanças trarão mais novidades ou mais desafios para o produtor rural brasileiro a partir desse momento.
Confira a entrevista
Latorraca destacou que as principais notícias dos Estados Unidos, como o governo Trump e as decisões a serem tomadas pelo Banco Central Americano (FED) traz muitas expectativas para os próximos dias e até mesmo meses para o câmbio. Em questão de comercialização da soja, os produtores encontram, atualmente, uma situação bem diferente do ano passado: o dólar em relação ao real está por volta dos R$3,15 hoje, enquanto no mesmo período de 2016, essa relação era de R$3,71.
O FED poderá aumentar, nos próximos dias, a taxa de juros americana, o que é dado como certo por vários especialistas. Este movimento pode gerar uma pressão de saída de capital dos outros países – dentre eles, o Brasil – o que poderá pressionar a moeda americana para cima.
No Brasil, por outro lado, uma balança comercial positiva, com uma exportação recorde de soja prevista, também traz divisas, o que significa que o dólar pode ser baixista neste fundamento. Em meio às reformas feitas pelo Governo Federal, em especial, a Reforma da Previdência, também há espaço para o mercado estrangeiro no Brasil.
Os americanos, neste ano, estão fortes na tendência do aumento do juros porque os números também têm melhorado. Este aumento, logo, só deve acontecer se cenários macroeconômicos como emprego e Produto Interno Bruto (PIB) estiverem firmes. Embora mais baixos do que os juros brasileiros, os juros americanos são mais atrativos para os investidores pelo país ser um ambiente mais seguro.
O mercado interno americano, em especial, “absorveu bem o perfil de Donald Trump”, como avaliou Latorraca, vendo uma nova janela para o crescimento econômico com a perspectiva do presidente de trazer novas fábricas e valorizar o empregado americano, voltando sua política para o mercado interno.
Entre hoje e amanhã (15), o FED deverá trazer algumas novidades e pistas para que, nas próximas semanas, seja possível observar o aumento das taxas ou não. Latorraca aponta que o Banco deve ser muito cauteloso nessas medidas porque isso também pode segurar os investimentos na economia.
No Brasil
O Governo brasileiro já vê um novo cenário para a economia, agora já considerada ajustada. Agora, deve partir para uma outra medida econômica, que deve ser o crescimento econômico e, por isso, já são esperadas quedas sucessivas da taxa de juros nas próximas reuniões do Copom, que devem ficar entre 8% a 9% até o final do ano – contra um patamar atual de 13%.
No entanto, a pressão do investimento direto e da balança comercial positiva faz com que a moeda americana encontre pressão baixista no país, o que pode vir a mudar com o anúncio do aumento da taxa de juros americana.
No cenário atual, há mais desafios para o produtor de soja brasileiro. A safra chegou cheia na maioria dos estados e “ainda há muita coisa a ser comercializada”, como pontua o superintendente. O ponto de equilíbrio da produção está em R$54 reais a saca e, com várias praças pagando preços próximos a isso, os produtores escolhem ficar retraídos pela falta de remuneração.
Há, porém, novidades à vista nos preços do mercado internacional. A safra brasileira já está precificada, mas o mercado de clima poderá trazer novidades para a safra americana. Caso o dólar americano também encontre um movimento altista, os preços também poderão esboçar novidades daqui para a frente.
Para quem faz seu custo em reais, o momento atual gera uma oportunidade. Latorraca acrecida que cerca de 1/3 dos produtores do estado do Mato Grosso já fizeram alguma troca e estão terminando de fazer outras no mercado spot, estando assim capitalizados para fazer os custos para a pŕoxima safra.
Apesar desses desafios todos, Latorraca acredita que o produtor brasileiro, de uma forma geral, acaba sendo beneficiado pela conjuntura brasileira atual. O câmbio é um problema, mas a estabilidade é vista como positiva, já que os produtores podem ter previsibilidade de alguns indicadores e o mercado interno, antes apagado, pode voltar a fazer um papel importante.
Confira a entrevista
Latorraca destacou que as principais notícias dos Estados Unidos, como o governo Trump e as decisões a serem tomadas pelo Banco Central Americano (FED) traz muitas expectativas para os próximos dias e até mesmo meses para o câmbio. Em questão de comercialização da soja, os produtores encontram, atualmente, uma situação bem diferente do ano passado: o dólar em relação ao real está por volta dos R$3,15 hoje, enquanto no mesmo período de 2016, essa relação era de R$3,71.
O FED poderá aumentar, nos próximos dias, a taxa de juros americana, o que é dado como certo por vários especialistas. Este movimento pode gerar uma pressão de saída de capital dos outros países – dentre eles, o Brasil – o que poderá pressionar a moeda americana para cima.
No Brasil, por outro lado, uma balança comercial positiva, com uma exportação recorde de soja prevista, também traz divisas, o que significa que o dólar pode ser baixista neste fundamento. Em meio às reformas feitas pelo Governo Federal, em especial, a Reforma da Previdência, também há espaço para o mercado estrangeiro no Brasil.
Os americanos, neste ano, estão fortes na tendência do aumento do juros porque os números também têm melhorado. Este aumento, logo, só deve acontecer se cenários macroeconômicos como emprego e Produto Interno Bruto (PIB) estiverem firmes. Embora mais baixos do que os juros brasileiros, os juros americanos são mais atrativos para os investidores pelo país ser um ambiente mais seguro.
O mercado interno americano, em especial, “absorveu bem o perfil de Donald Trump”, como avaliou Latorraca, vendo uma nova janela para o crescimento econômico com a perspectiva do presidente de trazer novas fábricas e valorizar o empregado americano, voltando sua política para o mercado interno.
Entre hoje e amanhã (15), o FED deverá trazer algumas novidades e pistas para que, nas próximas semanas, seja possível observar o aumento das taxas ou não. Latorraca aponta que o Banco deve ser muito cauteloso nessas medidas porque isso também pode segurar os investimentos na economia.
No Brasil
O Governo brasileiro já vê um novo cenário para a economia, agora já considerada ajustada. Agora, deve partir para uma outra medida econômica, que deve ser o crescimento econômico e, por isso, já são esperadas quedas sucessivas da taxa de juros nas próximas reuniões do Copom, que devem ficar entre 8% a 9% até o final do ano – contra um patamar atual de 13%.
No entanto, a pressão do investimento direto e da balança comercial positiva faz com que a moeda americana encontre pressão baixista no país, o que pode vir a mudar com o anúncio do aumento da taxa de juros americana.
No cenário atual, há mais desafios para o produtor de soja brasileiro. A safra chegou cheia na maioria dos estados e “ainda há muita coisa a ser comercializada”, como pontua o superintendente. O ponto de equilíbrio da produção está em R$54 reais a saca e, com várias praças pagando preços próximos a isso, os produtores escolhem ficar retraídos pela falta de remuneração.
Há, porém, novidades à vista nos preços do mercado internacional. A safra brasileira já está precificada, mas o mercado de clima poderá trazer novidades para a safra americana. Caso o dólar americano também encontre um movimento altista, os preços também poderão esboçar novidades daqui para a frente.
Para quem faz seu custo em reais, o momento atual gera uma oportunidade. Latorraca acrecida que cerca de 1/3 dos produtores do estado do Mato Grosso já fizeram alguma troca e estão terminando de fazer outras no mercado spot, estando assim capitalizados para fazer os custos para a pŕoxima safra.
Apesar desses desafios todos, Latorraca acredita que o produtor brasileiro, de uma forma geral, acaba sendo beneficiado pela conjuntura brasileira atual. O câmbio é um problema, mas a estabilidade é vista como positiva, já que os produtores podem ter previsibilidade de alguns indicadores e o mercado interno, antes apagado, pode voltar a fazer um papel importante.
Fonte: Notícias Agrícolas