De olho na competitividade da soja brasileira, a Aprosoja Brasil irá elaborar ainda neste semestre um manual de boas práticas para orientar os sojicultores a se adequarem às exigências dos mercados consumidores internacionais. A proposta foi discutida nesta quarta-feira (22/3), em Brasília, durante reunião entre representantes da Aprosoja Brasil, Aprosoja Mato Grosso, Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove).
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“O objetivo deste manual de boas práticas será preparar os produtores a prevenir problemas futuros, como a evitar a presença de sementes de ervas daninhas tóxicas, garantir níveis de resíduos de defensivos adequados nas cargas de soja embarcados. Desta forma, fugiremos de restrições nos mercados internacionais”, afirmou o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, ao final do encontro realizado no Mapa.
De acordo com a engenheira agrônoma Roseli Giachini, do núcleo de defesa agropecuária da Aprosoja Brasil e vice presidente da Aprosoja MT, um dos temas debatidos no encontro e que devem ser incluídos no informativo é o atendimento às melhores técnicas de aplicação de defensivos, controle de ervas daninhas, para garantir níveis aceitáveis de resíduos na soja colhida.
Ela usa como exemplo o herbicida e dissecante Paraquate, cujo nível de resíduo aceito é baixo na União Europeia, porque o produto não está mais registrado. Segundo ela, como se trata de um produto importante para a produção de soja brasileira, é preciso que sejam tomados cuidados para que a aplicação não ultrapasse os limites permitidos.
“Entendemos que temos de ter ações para que possamos mitigar os riscos e mantermos o acesso a este mercado, com níveis de resíduos controlados pela forma de manejo do produtor. Os produtores brasileiros são extremamente competitivos. Se fizermos essa orientação, ele tomará todos os cuidados para manter esses níveis aceitáveis”, destacou Roseli.
A Aprosoja, em parceria com Embrapa e MAPA, fará também um levantamento sistemático de monitoramento e resíduos de defensivos. “Já existem alguns dados, mas precisamos fazer um trabalho de acompanhamento, como forma de orientar as ações em regiões chaves”, acrescentou.
De acordo com Glauber Silveira, que faz parte da Aprosoja Brasil e de Mato Grosso e preside a Câmara Setorial da Soja, organizadora da reunião, a elaboração do manual de boas práticas é uma “ação estratégica e proativa” do setor como forma de mitigar riscos e garantir o contínuo acesso aos mercados. “Aprosoja, as trades e as indústrias de defensivos precisam se unir e trabalhar a comunicação junto ao produtor. Não podemos esperar que os problemas nos atinjam. É nossa responsabilidade agir preventivamente”, frisou.
Também participaram do encontro o secretário da SDA, Luis Rangel, o chefe de gabinete do Mapa, Coraci Castilho, a vice-coordenadora da comissão de política Agrícola da Aprosoja MT, Leila Rugeri, o secretário geral da Abiove, Fábio Trigueirinho, e Dionísio Gazziero, da Embrapa Plantas Daninhas.
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