A baixa do dólar registrada nesta quarta-feira (29) e os futuros da soja sendo negociados do lado negativo da tabela na Bolsa de Chicago deram espaço para os preços da oleaginosa também recuarem nos portos do Brasil. Na tarde de hoje, as referências perdiam mais de 1% no terminal de Rio Grande, com R$ 67,20 por saca no disponível, com perda de 1,18%, e R$ 68,30 no mercado futuro, perdendo 1,01%.
Na CBOT, por volta de 12h30 (horário de Brasília), as posições mais negociadas da soja cediam de 2,50 a 3,25 pontos, com o maio/17 já abaixo dos US$ 9,70 por bushel. As cotações até chegaram a testar alguns leves ganhos mais cedo, com os fundos buscando, depois das recentes baixas, as chamadas ‘barganhas’, mesmo que de forma bem menos agressiva do que nas últimas semanas.
Entretanto, o comportamento do mercado futuro norte-americano permanece ainda bastante técnico, com os traders se posicionando à espera dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Nesta sexta-feira, 31 de março, o órgão norte-americano atualiza seus dados de estoques trimestrais de grãos na posição de 1º de março, bem como traz o primeiro reporte oficial de intenção de plantio com as informações de área. A perspespectiva maior é da confirmação de um aumento expressivo do espaço destinado à soja nesta temporada.
Enquanto isso, os traders continuam acompanhando a movimentação do dólar – tanto no Brasil, quanto no cenário norte-americano – além do comportamento das demais commodities relacionadas, como o petróleo, e a influência dos fundamentos já conhecidos pelo mercado, como a grande safra da América do Sul e mais a força intensa da demanda pela oleaginosa.
“Os baixos preços de soja em grão atualmente
(pressionados por uma gigantesca oferta mundial), mantém o interesse no lado da demanda. A AgResourCe Brasil estima que em abril a China deverá importar mais de 9,2 MTs de soja mundial. Com Brasil e Argentina sendo os principais mercados-alvo para fornecimento”, diz, em seu reporte diário, a AgResource Brasil.
Dólar
Perto de 13h (Brasília), o dólar trabalha com uma baixa de 0,60% e era negociado a R$ 3,12. A moeda acompanha as baixas que são observadas também no cenário externo, porém, também nas expectativas das medidas de contingenciamento a serem anunciadas pelo governo brasileiro.
“O mercado fica receoso com o que será anunciado, com o impacto que terá sobre a retomada do país. O dia é de espera”, disse o operador à agência de notícias Reuters, da H.Commcor, Cleber Alessie Machado, ao ponderar, no entanto, que nos atuais níveis de preço a moeda norte-americana tem atraído vendedores.
Fonte: Notícias Agrícolas