Nesta quinta-feira (20), os preços da soja devolveram parte dos ganhos das últimas sessões e fecharam o pregão com perdas de 3,50 a 4,50 pontos, e o contrato maio/17, que ainda é o vencimento mais negociado, ficou em US$ 9,46 por bushel.
“O quadro ainda é de estabilidade (…) O mercado continua navegando neste canal de US$ 9,40 a US$ 9,70 até surgirem novas notícias que possam movimentar o mercado para baixo ou pra cima”, explica o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Para o especialista, o espaço para novas baixas muito intensas é bastante limitado e o patamar dos US$ 9,50 ainda se mostra como um ponto de equilíbrio bastante viável. E para que as cotações tomem outro rumo, ao menos neste momento, o clima nos Estados Unidos ou do lado da demanda.
Nos portos do Brasil, porém, as referências conseguiram encerrar os negócios com pequenas altas. No terminal de Rio Grande, alta de 0,76% no disponível para R$ 66,50 e de 0,75% no futuro, para R$ 67,00 por saca. Já em Paranaguá, R$ 66,00 no disponível e R$ 67,50 para junho, com ganhos de 0,76% e 0,75%.
No interior do país, algumas altas também foram registradas, como a de 1,79% em Cascavel/PR, para R$ 57,00 por saca, ou de 1,96% em Sorriso/MT, para R$ 52,00. Em Jataí/GO, a referência foi a R$ 51,00, com um ganho de 2%.
O dólar de volta ao patamar dos R$ 3,15 tem parte nessas altas, como explicam analistas e consultores de mercado. Nesta quinta, a moeda americana fechou com 0,32% de alta, com R$ 3,1574. Esse, segundo a Reuters, é o valor mais alto de fechamento desde 14 de março, quando a divisa foi a R$ 3,1693.
“Na dúvida, o mercado prefere dormir comprado (em dólar)”, justificou um profissional da mesa de uma corretora local à Reuters, referindo-se à movimentação na sessão pré-feriado, quando se comemora, nesta sexta 21 de abril, o Dia de Tiradentes.
Clima nos EUA
O plantio efetivo da soja nos EUA deve ser iniciado em maio e ganhar mais ritmo ainda a partir do dia 10. E será nesse momento, como explica Brandalizze, que as especulações sobre as condições cilmáticas no Meio-Oeste americano ganharão ainda mais peso no andamento dos preços da oleaginosa na CBOT.
“O mercado só poderia avançar de maneira forte caso o cenário para o plantio se complicasse nos EUA”, diz o consultor. Até este momento, porém, não há grandes problemas sendo esperados, apesar de algum atraso no plantio do milho em função de chuvas excessivas em determinadas partes do Corn Belt.
De acordo com as últimas previsões climáticas do NOAA, o departamento oficial de clima do governo dos EUA, as chuvas da última semana deverão favorecer a metade sul da região produtora, dando condições aos produtores americanos do corredor I-80 de voltarem ao campo.
Fonte: Notícias Agrícolas