Minneapolis, 24/04/2017 – A primeira de milhares de ações movidas por produtores de milho dos EUA contra a suíça Syngenta começou a ser julgada nesta segunda-feira (24/4) em um tribunal estadual de Minneapolis, no Estado de Minnesota. Os produtores alegam ter perdido bilhões de dólares após autoridades chinesas começarem a rejeitar, no fim de 2013, carregamentos de milho dos EUA com a presença da variedade transgênica Viptera, que a China ainda não tinha aprovado. Agricultores e tradings dizem que isso ajudou a pressionar as cotações de milho nos EUA e que a Syngenta deveria indenizá-los.
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De acordo com documentos anexados ao processo, a Syngenta comercializou agressivamente as sementes nos EUA mesmo sabendo que a aprovação chinesa seria um problema. Especialistas que trabalham para os autores das ações estimam as perdas econômicas dos produtores em cerca de US$ 5 bilhões, embora a companhia negue que sua decisão tenha causado qualquer tipo de prejuízo.
Outra ação deve começar a ser julgada num tribunal federal em Kansas City, Kansas, em 5 de junho.
A Syngenta investiu mais de US$ 100 milhões e 15 anos no desenvolvimento da semente Viptera. Com a aprovação do governo dos EUA, a companhia começou a vender a semente no país para o plantio da safra 2011/12. Mas a China só aprovou a variedade em dezembro de 2014. Documentos mostram que, inicialmente, a Syngenta garantiu a acionistas que a China daria sua aprovação a tempo para a safra 2011/12. Mesmo sem a aprovação da China, exportadores enviaram ao país carregamentos contendo a variedade. Após dois anos, no fim de 2013, autoridades chinesas começaram a rejeitá-la.
O advogado da Syngenta Mike Jones disse que a companhia vendeu um produto legal, aprovado para comercialização nos EUA e em outros mercados importadores, e que a empresa seguiu padrões do setor para comercialização internacional. A Syngenta também alega que a rejeição chinesa não teve impacto significativo sobre os preços de milho nos EUA.
Ainda segundo a companhia, dados do USDA mostram que a China era um mercado pequeno para o milho dos EUA em 2010, quando a Syngenta laçou a Viptera. Jones disse que os preços caíram acentuadamente em 2013, antes de a China começar a rejeitar os carregamentos, por causa de uma safra volumosa nos EUA. Os membros do júri vão ver evidências de que as rejeições permitiram que os chineses não cumprissem contratos que haviam assinado quando os preços estavam bem mais altos, disse. Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.
Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires