A grande oferta de grãos gerada pela supersafra deste ano, aliada a fatores como o câmbio desfavorável, aumento dos custos de produção e queda nos preços das commodities no mercado internacional criaram no Brasil a chamada crise do silo cheio. Quem explica é o presidente da presidente da Aprosoja Mato Grosso do Sul, Christiano Bortolotto.
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“Tivemos neste ano uma fantástica produção e a maior produtividade da história. Aliado a isso vem os custos. Plantamos a um câmbio entre R$ 3,60 e 3,70 e estamos colhendo e vendendo a um câmbio R$ 3,10. Devido à alta produção que tem no Brasil, Argentina, Paraguai, e a expectativa de uma boa produção nos EUA, o preço da commodity internacional está em queda. Isto gerou para os produtores de soja no Brasil a crise de armazém cheio”, explica.
Segundo ele, o produtor comprou os insumos e plantou a safra quando a saca de soja era vendida por 70 reais. Agora, a mesma saca vale em torno de 50 reais no Mato Grosso do Sul.
“Só aí é 30% do preço. Ou seja, eu preciso de 40% a mais de produto para pagar a mesma conta. Isso é a crise de armazém cheio. Quando a gente vai liquidar toda aquela conta que nós adquirimos para poder produzir aquela supersafra, a gente vê que acaba faltado produto. Todo aquele volume de produção não consegue pagar todas as contas que nós fizemos para poder produzi-la.
Bortolotto orienta o produtor a acompanhar o mercado diariamente.
“O produtor rural tem que cada vez melhorar identificar qual é o custo de produção que ele tem e onde ele tem o gargalo do custo de produção e onde ele pode atuar, reduzindo o seu custo sem afetar a produção e conseguir uma rentabilidade melhor”, afirma.
Melhorar a gestão financeira e identificar gargalos que elevam os custos de produção é uma das principais recomendações da Aprosoja Brasil aos produtores do país.
De Brasília – Vinícius Tavares