Crédito do governo com juros mais baixos em relação ao mercado representa 1/3 do valor necessário para o plantio da safra 2017/2018
O crédito oficial do governo para a safra de soja para o ciclo 2017/2018 deve atingir R$ 25 bilhões, o que representa cerca de um terço do custeio previsto para este ano, estimado em R$ 75 bi. Os cálculos são da Aprosoja Brasil tendo por base os valores disponibilizados pelo governo no Plano Agrícola e Pecuário do ano passado, que chegaram a R$ 24 bi. Outros R$ 30 bi, o que representa 40% do custeio, devem ser captados pelos próprios produtores e cerca de R$ 20 bi, um terço restante, devem ser financiados por trades e multinacionais.
Supersafra eleva PIB, mas traz prejuízos ao produtor
Crise do silo cheio é provocada dólar depreciado, commoditie em baixa e custos elevados
A supersafra de grãos 2016/2017 é apontada pelos principais indicadores econômicos com a responsável a responsável pela recuperação econômica do país no primeiro semestre do ano. No entanto, a alta produção não representa ganhos ao produtor. De acordo com o presidente da Aprosoja Brasil, Marcos da Rosa, problemas com o dólar depreciado e o valor das commodities em baixa estão tirando a rentabilidade do produtor e aumentando o endividamento no campo.
“Os custos de produção voltaram a crescer e o produtor está tendo dificuldades para pagar as suas contas. Plantamos a safra passada a um câmbio entre R$ 3,60 e 3,70 e estamos colhendo e vendendo a um câmbio R$ 3,10. Devido ao excesso de oferta, o preço da commodity internacional está em queda. O produtor comprou os insumos e plantou a safra quando a saca de soja era vendida por R$ 70. Agora, a mesma saca vale, em média, R$ 50. Isto está gerando para os produtores de soja no Brasil a crise de armazém cheio. O preço pago está muito baixo e o produtor aguarda uma mudança neste panorama para obter uma melhor negociação”, explica.