Enquanto a economia ainda patina no segundo trimestre (o Indicador de Atividade Econômica do Banco Central mostrou queda de 0,5% em maio sobre abril, com ajuste sazonal, contrariando as expectativas de uma leve alta nessa comparação), os dados do emprego formal mostram uma criação positiva de 104 mil vagas de abril a junho. Foi o primeiro resultado trimestral positivo desde meados de 2014, então é uma boa notícia.
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Embora o dado seja um bom sinal, mais uma vez sua abertura mostra como os bons resultados da economia brasileira este ano estão associados ao setor agropecuário. Além de ajudar fortemente a inflação pelo bom comportamento do preço dos alimentos e de puxar o Produto Interno Bruto (PIB) no começo do ano, esse segmento, sozinho, abriu 97 mil novos empregos formais do segundo trimestre.
Na indústria, por outro lado, acendeu uma luz amarela. No primeiro trimestre, o setor de transformação mostrou um fôlego maior e trouxe junto a esperança de que, talvez, o ritmo de retomada pudesse ser melhor que o estimado. Foi uma falsa esperança. Depois de abrir 18 mil novas vagas de janeiro a março, a indústria de transformação desacelerou o ritmo e abriu apenas 7,2 mil novos empregos no segundo trimestre. A desaceleração na criação de vagas também aparece em serviços (24 mil no primeiro trimestre e 14 mil, no segundo).
Apesar dos sinais menos animadores da indústria e de serviços e da forte influência da agropecuária para o saldo positivo do emprego nos últimos três meses, o país começou a contratar, de novo. E isso é sempre, muito bom. Milhares de famílias brasileiras estão mais aliviadas.
Fonte: Valor Econômico