A necessidade de reduzir os custos de produção para aumentar a rentabilidade no campo e a maior demanda por alimentos mais saudáveis por parte de mercados consumidores como a China estão levando cada vez mais agricultores brasileiros a adotarem estratégias de produção que levem em consideração a sustentabilidade ambiental, social e econômica do negócio. O tema foi discutido durante o Fórum Brasileiro de Agricultura Sustentável, realizado nos dias 18 e 19 de agosto, em Goiânia.
Confira abaixo o recado do produtor Rogério Vian.
Promovido pelo Grupo Agricultura Sustentável, com o apoio da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) e da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG), o evento reuniu centenas de produtores, acadêmicos e pesquisadores de todo o país interessados em compartilhar e conhecer inovações e alternativas à produção convencional.
O cultivo de plantas de cobertura entre as safras para proteção do solo, a utilização de remineralizadores naturais em complemento ou mesmo substituição à adubação química a aplicação de defensivos biológicos para o controle de pragas e doenças foram as três principais práticas debatidas no encontro.
Para muitos produtores, o objetivo é encontrar fôlego financeiro diante do crescente aumento dos preços para aquisição de sementes, fertilizantes e defensivos. “A agricultura sustentável está se tornando uma realidade no Brasil bem mais rápido do que a gente imaginava. Acredito que essa é uma realidade que não tem mais volta. Pelo que a gente tem ouvido, ou o produtor adere a um modelo mais sustentável ou vai sair da atividade”, relata o produtor rural Rogério Vian, um dos organizadores do evento e também um dos pioneiros na utilização do pó de rocha e de remineralizadores como complemente natural aos fertilizantes de solo.
Sediado em Mineiros, no sudoeste goiano, Rogério Vian enumera as razões pelas quais os produtores têm optado por práticas mais sustentáveis. “A razão principal é a rentabilidade. Na agricultura convencional não estamos tendo. Basta ver os custos que foram apresentados. O custo está em cima da rentabilidade. A gente não vende produtividade alta. A gente vende rentabilidade. Se manter no negócio”, destaca.
Segundo ele, há uma preocupação cada vez maior com a qualidade do alimento. “A gente está produzindo um produto mais saudável, que também vai para a mesa do produtor. É uma forma também de dar resposta à sociedade, trabalhar para melhorar a imagem do setor. Ainda é difícil todo produtor aderir, mas temos que começar a mudar. Este modelo é mais demorado que a agricultura convencional. Mas vai chegar um tempo em que 50% a 60% de toda a produção vai ter de ser sustentável, querendo ou não. Porque o cliente, o consumidor, está exigindo isso”, enfatiza.
Rogério Vian afirma que a utilização de pó de rocha, de plantas de cobertura ou biológicos trará benefícios diretos no médio prazo. “O produtor pode integrar estes três sistemas e fazer rotação de várias culturas, não só de soja, milho e feijão para ter resultados práticos. Conheço produtor que só fazendo rotação de cultura e plantas de cobertura já atingiu um nível biológico alto, já aumentou matéria orgânica e reduziu gradativamente os custos com insumos”, finaliza.
O Fórum foi organizado em cinco painéis. No dia 18 foram debatidos os temas “O Mercado Potencial da Produção Sustentável” e “Microbiologia Aplicada ao Manejo do Solo e ao Controle de Pragas e Doenças”. No complemento do evento, dia 19, foram debatidos “A produção Sustentável de Soja Convencional”, a “Utilização de Agrominerais Regionais na Agricultura” e “Plantas de Cobertura para Sistemas Sustentáveis”.
Parabéns pelo artigo,adorei!