O transporte de grãos em direção aos portos da região Norte do país está sendo prejudicado mais uma vez pelas péssimas condições da BR 163. A situação mais crítica ocorreu no município de Novo progresso (PA), onde cerca de três mil caminhões carregados de grãos da safra 2017/2018, a maior parte oriundas de Mato Grosso, ficaram parados na lama por falta de condições de trafegabilidade.
Os reparos nos trechos da rodovia estão sendo feitos pelo Exército, que assumiu a obra após a desistência de duas empreiteiras que haviam sido contratadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Marcos da Rosa, o congestionamento ocorreu porque o calendário do Exército para a execução da obra não coincidiu com o período de chuvas na região.
“Quando o Exército conseguiu se mobilizar com maquinários na estrada, ocorreram chuvas acumuladas de 400 a 600 milímetros em apenas cinco dias. Além disso, o trecho em obras é parte da serra que é íngreme, o que acabou atrapalhando a passagem das carretas. Apesar de as providências terem sido tomadas, é uma situação preocupa a Aprosoja Brasil”, afirmou.
O presidente da Aprosoja MT, Antônio Galvan, se reuniu nesta semana, em Novo Progresso, com o diretor do Dnit, Luiz Antônio Ehret Garcia, com o comandante do exército do 8º Batalhão de Engenharia e Construção (8º BEC) de Santarém, General Dantas, e com o coronel do exército Marcelo Linhares, além de autoridades locais.
“Durante nossa presença o problema foi solucionado parcialmente, com o cascalhamento destes 200 metros na Serra. Com isso, os caminhões conseguiram subir e reiniciar o escoamento de forma normalizada. Agora, o Exército nos garantiu que o próximo passo é colocar cascalho nos 30 quilômetros”, afirmou Galvan.
Veículos de tração estão auxiliando os caminhoneiros a saírem do atoleiro. A fila de caminhões chegou a mais de 30 quilômetros no trecho paraense da estrada. O Exército e o Dnit fizeram bloqueios em trechos da BR 163 para evitar o acúmulo de carretas. As intervenções na rodovia também atingem caminhões sem carga que descem em direção a Mato Grosso.
De acordo com o vice-prefeito de Novo Progresso, Gelson Dill, parte da rodovia foi liberada para a passagem de cerca de 500 caminhões no início desta semana. Parados há quase uma semana ao longo da BR 163, caminhoneiros têm utilizado as redes sociais para fazer relatos de falta de água e de alimentos enquanto aguardam a liberação a pista.
Conforme informações do diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz, a BR-163 é a principal rodovia para o escoamento de grãos pelos portos do Arco Norte e deve escoar cerca de 11 milhões de toneladas de soja e milho neste ano por esta rota. As outras duas opções via Norte são a BR-364 e BR-158/155, que devem escoar 6 milhões de toneladas e 4 milhões de toneladas de soja e milho, respectivamente.
Texto e edição: Aprosoja Brasil com informações da Aprosoja MT
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