Impulsionada principalmente pela agropecuária, a economia brasileira voltou a crescer em 2017, após dois anos de queda, e teve alta de 1%. Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta no ano passado. Em 2016, o tombo havia sido de 3,5%, assim como no ano anterior. O resultado é o melhor desde 2013, quando o avanço foi de 3%.
Mas ainda é insuficiente para reverter as perdas dos dois anos anteriores. A economia brasileira está no mesmo patamar do primeiro semestre de 2011, segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. Em valores, o PIB ficou em R$ 6,6 trilhões. No quarto trimestre, subiu 2,1% frente a igual período de 2016. Na passagem entre o terceiro e o quarto trimestre, a variação foi de 0,1%.
A alta de 1% do PIB em 2017 é resultado da expansão de 13% da agropecuária, de 0,3% dos serviços e de uma estabilidade na indústria, informou o IBGE. A agropecuária teve o melhor resultado desde 1996 e respondeu por 70% do resultado do PIB no ano passado, segundo o IBGE. Ou seja, se não fosse a alta de 13,2% do setor, a economia teria avançado em algo da ordem de 0,2% em 2017.
O forte avanço da agropecuária compensou a pequena participação que o setor tem na economia. Em 2017, a produção agrícola e pecuária gerou pouco menos de R$ 300 milhões em riquezas. É apenas 4,56% do PIB total do país, que foi de R$ 6,6 trilhões. Mas, como a expansão do segmento foi muito superior à dos outros setores da economia, seu peso foi de 70% no crescimento do PIB em 2017.
No ano passado, o PIB per capita variou 0,2% em termos reais em 2017, alcançando R$ 31.587 por habitante do país.
O resultado do IBGE confirmou a previsão de analistas do mercado financeiro apostavam na alta. De acordo com sondagem da Bloomberg com 26 analistas, a projeção era de crescimento de 1,1%. Para 2018, as previsões estão na casa dos 2,8%, de acordo com o mais recente boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central. O monitor do PIB, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), também indicou crescimento de 1%. Na semana passada, o IBC-Br — indicador do Banco Central que funciona como uma espécie de “prévia do PIB” havia indicado alta de 1,04% da economia em 2017.
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Fonte: Jornal O Globo