Construído em uma área de 200 hectares, o IKP Knowledge Park é um parque científico, tecnológico e incubador de Startups instalado há 20 anos na Índia. A empresa privada, sem fins lucrativos, já acelerou 285 startups – a maioria indiana. Seu trabalho foi apresentado nesta terça-feira (28/08) para os produtores rurais de Mato Grosso que participam da Missão Técnica AgriHub, cujo objetivo é conhecer as tecnologias desenvolvidas no país e as oportunidades de negócios para o Agro mato-grossense.
Localizado em Hyderabad, capital do estado Telangana e considerada uma das capitais tecnológicas do país, o IKP tem o objetivo de promover o avanço das inovações tecnológicas, desde pequenos empreendedores até pequenas e grandes empresas. As startups recebem apoio financeiro, quando as ideias são bem-sucedidas, e mentorias durante um ano e meio para trabalhar. Podem acessar os laboratórios e fazer pesquisas. Mas, antes disso, passam por um processo seletivo. A maioria das empresas que passou ou está no parque tem foco no setor de saúde, cerca de seis são da área agrícola.
Aproximadamente 40% das startups que desenvolvem suas ideias no parque são oriundas de universidades e os professores participam das mentorias. “Recebemos em média 150 pedidos de startups por ano. Uma equipe faz a seleção e ao final temos de 20 a 25 para fazer um estudo de viabilidade econômica. Dessas, 12 recebem investimentos”, disse Sangita Sem Majee, responsável pela incubadora de Ciências da Vida.
Dr. Sangita exemplificou o apoio dado para um produtor rural que criou uma escova de dente de fibra de banana. Para descartar a escova basta deixá-la em torno de cinco horas na água para se desmanchar, sendo, portanto, uma ideia de produto biodegradável. O produtor recebeu do governo local 5 milhões de rupias (o equivalente a aproximadamente 333 mil reais) para dar continuidade às pesquisas.
Entre os atrativos para estar no parque estão o suporte e orientação para o processo de patentes e como montar uma empresa, ou seja, ajuda com informações e orientações. Vale destacar a isenção da necessidade de emissão de licenças e outras burocracias, principalmente para as startups. Além disso, a empresa que quiser ampliar o negócio fica independente do parque e os funcionários não têm tempo para distrações. São focados em pesquisa e desenvolvimento. “Uma empresa sozinha que arrenda uma área do parque, por exemplo, levaria pelo menos de um a três anos para conseguir montar a estrutura toda que já temos aqui”, explicou o chefe de inovação Dr. Viswanadham D.
Atualmente, toda a receita do parque vem do aluguel dos terrenos onde as empresas estão instaladas.
“É uma experiência interessante. Um modelo de empresa que buscou parcerias com os setores público e privado para fomentar a inovação. Esse tipo de negócio aumenta as possiblidades de pensarmos para Mato Grosso algo semelhante”, avaliou o diretor de Relações Institucionais do Sistema Famato, José Luiz Fidelis.
Na visão do superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), Otávio Celidonio, a ideia é viável, mas, como toda atividade de pesquisa, é algo que não se pode esperar um retorno de imediato. “Precisamos ter uma visão de médio e longo prazo por parte das nossas lideranças, parceiros e governo. Para construir algo nesse nível pode não ser tão rápido, mas não é impossível. Vemos países menores que o Brasil desenvolvendo grandes programas de inovação. Temos capital humano para isso, falta a visão”, disse.
Também participam da missão o segundo vice-presidente da Famato, Marcos da Rosa; superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca; presidente do Instituto Soja Livre, Endrigo Dalcin; presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antônio Galvan; presidente da Aprosoja de Minas Gerais, Wesley Barbosa de Freitas; presidente do Conselho Brasileiro de Feijão e Pulses (CBFP), Tiago Stefanelo; presidente da Associação dos Produtores de Semente de Mato Grosso (Aprosmat), Gutemberg Silveira; sócio da empresa Torino, José Corral; produtor rural e consultor Ricardo Arioli Silva; responsável pelas parcerias AgriHub, Fábio Silva; o Adido Agrícola da Embaixada brasileira Dalci Bagolin, e o chefe da seção de Tecnologia e Inovação da Embaixada, Pedro Ivo Ferraz da Silva.
O projeto AgriHub é uma iniciativa da Famato, Senar-MT e Imea criado em 2016 para identificar os problemas dos produtores rurais e conectá-los a startups, mentores, empresas de tecnologia, pesquisadores e investidores para desenvolver soluções e promover o melhor ajuste de tecnologias para o campo.
Acompanhe as informações da Missão Técnica AgriHub Índia no site www.agrihub.org.br ou pelo facebook www.facebook.com/AgriHubBr.
Fonte: Ascom Famato
Parabéns pelo artigo,adorei!