Ascom Aprosoja Brasil
O Movimento Pró-Logística de Mato Grosso protocolou um documento na Câmara dos Deputados defendendo a construção da hidrovia Teles Pires – Tapajós com eclusas que partiria do município de Sinop até Santarém (PA), com extensão de 1.576 quilômetros. O documento foi apresentado ao término da audiência pública, proposta pelo deputado Nilson Leitão (PSDB/MT), que debateu os prejuízos à navegação hidroviária de Mato Grosso com a chegada do Complexo Hidrelétrico do Rio Teles Pires, realizada na tarde desta terça-feira (22).
De acordo com o coordenador executivo do Movimento, Edeon Vaz, a previsão é de que até 2014 cerca de 150 mil carretas trafeguem somente pela BR-168 em Mato Grosso, o que representa 6 milhões de toneladas, e já coloca a rodovia na condição de saturada, por isso a preocupação em buscar alternativas ao transporte feito pelas rodovias.
O Movimento Pró-Logística – iniciativa de 15 entidades como Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Associação Matogrossense dos Municípios (AMM), entre outros – aponta no relatório protocolado na Câmara que as cerca de 18 milhões de toneladas de grãos produzidos no norte de Mato Grosso – com previsão de aumento para 36 milhões de toneladas nos próximos 20 anos, aproveitando as áreas de pastagens degradadas – são transportadas, via terrestre, até o Porto de Paranaguá.
“Precisamos de hidrovia. Ela tornará o estado mais competitivo, e uma economia de R$ 8 a R$ 10, por saca, ao produtor, o que é bom na apenas para ele, mas para toda a economia do estado. Temos hoje o frete mais caro do mundo”, afirmou Vaz durante a audiência pública.
Para o presidente do Movimento e da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso), Carlos Fávaro, a construção das eclusas irá evitar um prejuízo entre 30 e 40%, se comparado aos casos em que não há planejamento adequado. Além disso, Fávaro reforçou que dessa forma o empreendimento torna-se ambientalmente sustentável.
Endossando o posicionamento do presidente, o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM/MT) defendeu durante a explanação dele que hoje o sistema hidroviário é a melhor forma de assegurar um frete competitivo aos produtores matogrossenses. “Inclusive, conseguiremos ampliar a área de produção fazendo uso de áreas degradadas. Reduzindo o custo do frete todos ganham”, afirmou.
A audiência contou ainda com a presença do presidente da Frente Parlamentar de Logística e presidente recém eleito da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Homero Pereira (PSD/MT), representantes do Ibama, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).