Ascom Aprosoja Brasil
Especialistas em mercado agrícola e produtores rurais defendem que o bom momento vivido pelo agronegócio brasileiro, em função dos altos preços da soja, deve culminar na busca pelo equilíbrio da cadeia produtiva para que ninguém seja prejudicado. A posição foi unânime durante o Fórum Soja Brasil realizado nesta quinta-feira (13.09), em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul. O período exige cautela e amadurecimento dos produtores rurais para aproveitarem os bons preços e se capitalizar, como destacou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira.
“Devemos buscar a capitalização, fazer investimentos e não achar que a soja e o milho permanecerão nesses bons altos por muito tempo. Nos Estados Unidos eles buscam capitalização e, por isso, conseguem se manter bem mesmo em meio a uma crise. No Brasil não temos logística adequada, temos o frete mais caro do mundo, e não temos produtor capitalizado, ou seja, quando vem essa boa fase é hora de planejar e não de se endividar”, afirmou o presidente da Aprosoja Brasil durante sua fala no Fórum Soja Brasil.
Com o tema “Riscos e consequências do mercado em alta”, o Fórum, que faz parte do Projeto Soja Brasil realizado pela Aprosoja Brasil e o Canal Rural, reuniu mais de 200 pessoas e serviu para avaliar o cenário e fazer projeções. De acordo com o analista da Safras & Mercados, Flávio França, o planejamento das safras futuras devem ser feitos agora, e de forma nenhuma cair no endividamento.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, o dinamismo do mercado coloca o produtor em alerta. Ele lembra que hoje o setor está mais atento e amadurecido, após crises vivenciadas, como a enfrentada após um “boom” ocorrido em 2004.
“O cenário pode se consolidar ou não. Em 2004 vivemos uma euforia e depois desabou, desde então a conjuntura mudou. Hoje não temos mais o aventureiro, o nível de conscientização aumentou muito e preciso que se mantenha. Os produtores aprenderam a perceber de maneira mais cautelosa o mercado. Vejo que temos várias maneiras de aproveitar o mercado, principalmente com investimentos, defendeu o presidente da Famasul.
A cautela foi compartilhada pelo presidente da Aprosoja Brasil que lembrou que países sul-americanos como Argentina, Uruguai e Paraguai estão aumentando área. “Ainda não sabemos o impacto disso para o Brasil, por isso a euforia não é o melhor caminho”.
Jornalista especializado na cobertura de agronegócios, Venilson Ferreira, observou que a cautela está evidente nos produtores brasileiros. “Se formos pensar no início dos anos 2000 quando víamos o surgimento do ‘rei da soja’, aquelas montanhas de milho, há uma mudança muito grande, hoje o produtor está muito consciente e isso é bom, pois o risco de quebra é menor. Porém, é preciso manter esse perfil”, analisou Ferreira.
Projeções
As projeções são otimistas, principalmente quando os olhos se voltam ao maior importador mundial do grão, a China. Para o gerente executivo da Chinatex, Liones Severo, também painelista do Fórum, o mercado chinês continuará sendo o maior importador do produto brasileiro.
Segundo dados repassados por ele, a China importa 60% da soja mundial, sendo que desse montante 25% corresponde ao produto brasileiro e 60% do estado líder na produção de soja, o Mato Grosso. “E não há expectativa de que haja redução, o mercado continuará aquecido, porém, a Ásia e a Europa, além dos Estados Unidos mesmo com a quebra de safra, são grandes produtores”, alertou Severo.
Cadeia produtiva
Para Glauber Silveira, o problema de altos preços é um certo desconforto que o mercado impõe dentro da cadeia produtiva. Segundo ele, nas condições normais de mercado o produtor vende grande oferta de produto e com preço em baixa, o que favorece os granjeiros que esperam esse momento. “Dessa vez, os produtores foram precavidos e travaram a comercialização com preços remuneradores, enquanto os produtores de carnes não fizeram isso e hoje se sentem prejudicados com os preços”, destacou Silveira.
Riedel atentou para o risco que o desequilíbrio dessa cadeia corre, lembrando que o consumidor final é o mais afetado. “O efeito disso refletirá no bolso de todos nós, pois tudo fica mais caro: o suíno, o frango. Temos que ir aproveitando, ir vendendo, porém, temos que lembrar, por exemplo, que frango e milho fazem parte de uma mesma cadeia produtiva, e o equilíbrio precisa existir para o bom andamento do agronegócio brasileiro, temos que tomar cuidado nesse sentido”, afirmou o presidente da Famasul.
Soja Brasil – O Projeto Soja Brasil é uma realização da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e do Canal Rural, com apoios regionais do Serviço de Aprendizagem Rural (Senar) dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e coordenação técnica da Embrapa. O patrocínio é das empresas BASF, Mitsubishi Motors e Monsanto. Outras informações sobre o projeto no site: http://sojabrasil.ruralbr.com.br O próximo Fórum será realizado em Londrina, no Paraná, em outubro.
Especialistas em mercado agrícola e produtores rurais defendem que o bom momento vivido pelo agronegócio brasileiro, em função dos altos preços da soja, deve culminar na busca pelo equilíbrio da cadeia produtiva para que ninguém seja prejudicado. A posição foi unânime durante o Fórum Soja Brasil realizado nesta quinta-feira (13.09), em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul. O período exige cautela e amadurecimento dos produtores rurais para aproveitarem os bons preços e se capitalizar, como destacou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira.
“Devemos buscar a capitalização, fazer investimentos e não achar que a soja e o milho permanecerão nesses bons altos por muito tempo. Nos Estados Unidos eles buscam capitalização e, por isso, conseguem se manter bem mesmo em meio a uma crise. No Brasil não temos logística adequada, temos o frete mais caro do mundo, e não temos produtor capitalizado, ou seja, quando vem essa boa fase é hora de planejar e não de se endividar”, afirmou o presidente da Aprosoja Brasil durante sua fala no Fórum Soja Brasil.
Com o tema “Riscos e consequências do mercado em alta”, o Fórum, que faz parte do Projeto Soja Brasil realizado pela Aprosoja Brasil e o Canal Rural, reuniu mais de 200 pessoas e serviu para avaliar o cenário e fazer projeções. De acordo com o analista da Safras & Mercados, Flávio França, o planejamento das safras futuras devem ser feitos agora, e de forma nenhuma cair no endividamento.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, o dinamismo do mercado coloca o produtor em alerta. Ele lembra que hoje o setor está mais atento e amadurecido, após crises vivenciadas, como a enfrentada após um “boom” ocorrido em 2004.
“O cenário pode se consolidar ou não. Em 2004 vivemos uma euforia e depois desabou, desde então a conjuntura mudou. Hoje não temos mais o aventureiro, o nível de conscientização aumentou muito e preciso que se mantenha. Os produtores aprenderam a perceber de maneira mais cautelosa o mercado. Vejo que temos várias maneiras de aproveitar o mercado, principalmente com investimentos, defendeu o presidente da Famasul.
A cautela foi compartilhada pelo presidente da Aprosoja Brasil que lembrou que países sul-americanos como Argentina, Uruguai e Paraguai estão aumentando área. “Ainda não sabemos o impacto disso para o Brasil, por isso a euforia não é o melhor caminho”.
Jornalista especializado na cobertura de agronegócios, Venilson Ferreira, observou que a cautela está evidente nos produtores brasileiros. “Se formos pensar no início dos anos 2000 quando víamos o surgimento do ‘rei da soja’, aquelas montanhas de milho, há uma mudança muito grande, hoje o produtor está muito consciente e isso é bom, pois o risco de quebra é menor. Porém, é preciso manter esse perfil”, analisou Ferreira.
Projeções
As projeções são otimistas, principalmente quando os olhos se voltam ao maior importador mundial do grão, a China. Para o gerente executivo da Chinatex, Liones Severo, também painelista do Fórum, o mercado chinês continuará sendo o maior importador do produto brasileiro.
Segundo dados repassados por ele, a China importa 60% da soja mundial, sendo que desse montante 25% corresponde ao produto brasileiro e 60% do estado líder na produção de soja, o Mato Grosso. “E não há expectativa de que haja redução, o mercado continuará aquecido, porém, a Ásia e a Europa, além dos Estados Unidos mesmo com a quebra de safra, são grandes produtores”, alertou Severo.
Cadeia produtiva
Para Glauber Silveira, o problema de altos preços é um certo desconforto que o mercado impõe dentro da cadeia produtiva. Segundo ele, nas condições normais de mercado o produtor vende grande oferta de produto e com preço em baixa, o que favorece os granjeiros que esperam esse momento. “Dessa vez, os produtores foram precavidos e travaram a comercialização com preços remuneradores, enquanto os produtores de carnes não fizeram isso e hoje se sentem prejudicados com os preços”, destacou Silveira.
Riedel atentou para o risco que o desequilíbrio dessa cadeia corre, lembrando que o consumidor final é o mais afetado. “O efeito disso refletirá no bolso de todos nós, pois tudo fica mais caro: o suíno, o frango. Temos que ir aproveitando, ir vendendo, porém, temos que lembrar, por exemplo, que frango e milho fazem parte de uma mesma cadeia produtiva, e o equilíbrio precisa existir para o bom andamento do agronegócio brasileiro, temos que tomar cuidado nesse sentido”, afirmou o presidente da Famasul.
Soja Brasil – O Projeto Soja Brasil é uma realização da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e do Canal Rural, com apoios regionais do Serviço de Aprendizagem Rural (Senar) dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás e coordenação técnica da Embrapa. O patrocínio é das empresas BASF, Mitsubishi Motors e Monsanto. Outras informações sobre o projeto no site: http://sojabrasil.ruralbr.com.br O próximo Fórum será realizado em Londrina, no Paraná, em outubro.