Um alívio para os produtores rurais de soja e algodão foi anunciado nessa terça-feira (11.12), durante audiência pública proposta pelo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Homero Pereira (PSD-MT). O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou o uso de pulverização aérea de defensivos nas culturas de soja e algodão na safra 2012/2013.
De acordo com a medida, está autorizada para a cultura do algodão duas aplicações de Imidaclorpido, Thiametoxa e ou Clotianidina, restritas aos estágios de desenvolvimento vegetativo até a quarta/quinta semana de florescimento e após a florada. E para produtos registrados para uso na cultura.
Já no caso da soja, a restrição de aplicações será apenas para o composto Tiametoxa, no entanto, a proibição continua no período entre o aparecimento das vagens e o final do ciclo da cultura.
Demais, o processo será reavaliado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) para tomadas de medidas mitigadoras e avaliação dos impactos econômicos a curto, médio e longo prazos.
“Ficamos satisfeitos com o resultado da audiência pública, que discutiu a proibição da pulverização. Os órgãos federais reavaliaram a proibição, pois ficou evidente a necessidade de novos estudos, mais pesquisa e a inclusão da Empresa Brasileira da Agropecuária (Embrapa) no processo. Além disso, tivemos algumas propostas para que a Comissão da Agricultura participe mais ativamente na discussão”, avaliou o deputado Homero.
Os setores produtivos, no entanto, continuam apreensivos e querem a suspensão total da proibição até que sejam concluídos os estudos necessários.
“Não estamos confortáveis com a prorrogação. Gostaríamos que fosse constituído um grupo de trabalho, que discutisse uma agenda para este problema e outros que precisa ser enfrentado a exemplo dos registros de produtos se quisermos continuar investindo nesse negócio”, salientou diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarrero.
Para o vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Carlos Favaro, a decisão garantiu o uso da pulverização na safra atual, mas o problema vai continuar. Por isso, será fundamental uma solução definitiva que mantenha o equilíbrio entre o meio ambiente sem prejuízo à produção.
Para o líder rural, o uso de defensivo não é uma opção, mas uma necessidade. “Precisamos de produtos alternativos, mas eficientes no combate às pragas. O governo não pode proibir e não nos oferecer uma solução”, observou.
O Coordenador Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, Márcio Freitas, defendeu a restrição do uso, segundo ele, baseado em fontes legislativas. No entanto, afirmou estar aberto ao diálogo. “A solução do problema passa pelo mútuo entendimento de que há um problema e é preciso construir uma saída”, disse.
De acordo com números apresentados, os prejuízos em apenas uma safra seriam de R$ 800 milhões. Por outro lado, estão ameaçadas cerca de três mil espécies silvestres de abelhas colonizadoras com o uso dos defensivos em período de visitação do inseto nas lavouras.
Da Assessoria