Um grupo de trabalho será criado pela Casa Civil, nos próximos dias, para avaliar a portaria do Ibama que proíbe a utilização de inseticidas que contenham quatro princípios ativos específicos na forma de pulverização aérea, e que tem preocupado o setor produtivo, especialmente os produtores de soja e algodão. A decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira, em audiência entre deputados e senadores que compõem a Frente Parlamentar da Agropecuária e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Os parlamentares cobraram maior debate sobre o tema com a realização de audiências públicas, por exemplo, pois já que o setor produtivo afirma que não foi procurado antes da publicação da medida proibitiva. Mais cedo, uma audiência pública no Senado debateu o assunto com as presenças de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ibama, Embrapa, Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) – que foi representada na audiência pelo vice-presidente Carlos Fávaro, e a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Presente na audiência e em seguida na Casa Civil, um dos maiores produtores de grãos do Brasil, Eraí Maggi, reforçou que muitos produtores, dentro do planejamento agrícola de suas propriedades, já estão adquirindo produtos para 2014, e há preocupação sobre a proibição justamente pelo fato do prejuízo que pode gerar.
Diante da observação, a ministra Gleisi Hoffmann disse que quer dar agilidade ao processo para que haja desfecho ante do recesso, e já agendou uma próxima reunião na segunda-feira (17). O grupo de trabalho será formado basicamente por técnicos, com representantes tanto do governo quanto das entidades representativas do agronegócio, nesse caso Aprosoja Brasil e a Abrapa.
De acordo com o representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na próxima semana deverá ser publicada uma nova portaria com alterações que – após cobrança do setor produtivo – vem sendo discutidas internamente e visam minimizar os impactos da medida. Dados revelam que os prejuízos pela não aplicação aérea destes que são os principais inseticidas poderiam chegar, somente nesta safra, a até R$ 6 bilhões.