“Os desafios de uma safra de incertezas”. Foi com este tema de discussão que foi dado início ao primeiro Fórum do Projeto Soja Brasil realizado na cidade de Toledo (PR) na tarde de quinta-feira (25). O encontro contou com a participação de consultores, parlamentares e outros nomes importantes do setor agrícola que debateram as perspectivas de mercado para a temporada 2013/14 e indicaram alguns sinais do que eles esperam para os próximos meses. A safra começa a ser plantada apenas em setembro, mas os produtores precisam estar preparados diante de um mercado tão volátil.
Para Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, é muito importante o produtor estar atento aos movimentos do mercado e todos os fatores que influenciam o preço das commodities. “É preciso avaliar os custos de produção da sua lavoura, os custos da soja e acompanhar os preços para tomar a melhor decisão”, explica Silveira. Quanto mais informação o produtor tiver mais fácil será para ele gerenciar os seus negócios. Durante o debate, Paulo Molinari, diretor-técnico da consultoria Safras & Mercado, alertou os produtores que o momento é de cautela, mas a expectativa para a próxima safra ainda é otimista. Os preços têm seguido uma tendência de queda na Bolsa de Chicago, no entanto os produtores precisam aproveitar os momentos de cotações favoráveis que vão ocorrer nos próximos meses – ainda existe a possibilidade da ocorrência de um prêmio climático em agosto para a soja – e fechar alguns negócios para tentar diminuir os riscos e travar seus custos de produção. Segundo Liones Severo, operador de mercado e consultor de empresas chinesas, normalmente os melhores meses para vender soja seriam junho, setembro, dezembro e março. Já julho e agosto são os piores. “Uma boa safra norte-americana vai derrubar os preços que podem cair ainda mais se os países da América do Sul também tiverem uma super safra. Mesmo assim a soja ainda é a melhor opção para o primeiro semestre do ano que vem se compararmos com o milho”, comenta Molinari. Por isso, a tendência deve ser de mais um aumento de área plantada com soja na próxima safra. “O produtor é sempre um esperançoso. Se esperarmos o pior a gente não planta. Eu não acredito em uma safra com preços altos como no ano passado, mas ainda acho que podemos ter uma safra positiva”, diz José Eduardo Sismeiro, atual presidente da Aprosoja Paraná.
Mas, diante de uma safra de incertezas quanto aos rumos do mercado, um ponto em comum entre todos os participantes foi a preocupação com a precária infra-estrutura de logística, um dos maiores problemas do Brasil.
Aprosoja Paraná
Durante o Fórum Soja Brasil também foi realizada a cerimônia de posse da diretoria da recém criada Aprosoja Paraná. Sismeiro, presidente de honra do Sindicato Rural de Goioerê, foi nomeado presidente da entidade, e Nelson Paludo, presidente do Sindicato Rural de Toledo, é o atual vice-presidente. Para Sismeiro, a criação da Aprosoja é importante pois os produtores paranaenses podem contar com mais uma entidade que vai representar a categoria e dar força ao setor para lutar por suas reivindicações. “É momento de nos organizarmos. Temos diretores em todas as regiões para identificar o que a gente mais precisa. Nós viemos para somar e, se possível, multiplicar. Já de cara temos duas bandeiras essenciais que é o seguro da lavoura e o seguro de renda”, reitera o presidente da entidade.
Os produtores podem se filiar à Aprosoja de forma gratuita. Basta entrar no site da entidade e se cadastrar. Um dos benefícios imediatos para o produtor que se associar é em relação ao acordo dos royalties da soja com a Monsanto. “A Aprosoja PR está junto com a Aprosoja Brasil e aceita o acordo”, afirma Sismeiro. Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, destacou a importância das associações em todos os estados. “Com os produtores unidos é possível conquistar nossa segurança de ganhar dinheiro com a agricultura”, afirma Silveira. Abelardo Lupion, deputado federal e coordenador político da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), também destacou a importância do papel da Aprosoja e suas associadas. “O acordo com a Monsanto, a permissão da pulverização das lavouras e as mudanças positivas no Código Florestal foram algumas das ações apoiadas pela Aprosoja”, completa Lupion.
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