Com um público de aproximadamente 300 pessoas, o I Fórum Brasileiro de Etanol de Milho realizado no dia 27 de setembro movimentou o município de Sorriso, no médio-norte de Mato Grosso. O ponto central do encontro foi a produção de etanol como alternativa ao excedente de milho gerado no Estado. O primeiro painel já começou agitado e debateu as políticas públicas para viabilizar o etanol de milho. Para o senador Blairo Maggi, um dos convidados presentes no evento e principais defensores da iniciativa, a produção de etanol a partir de milho vai garantir o equilíbrio da atividade.
Rui Prado, presidente do Sistema Famato, acredita que os R$700 milhões disponibilizados pelo Governo Federal para custear os leilões de milho em 2013 foram uma alternativa para escoar o excedente de milho, mas não pode ser um modelo sustentável nos próximos anos.
Marcelo Duarte, diretor-executivo da Aprosoja-MT colocou alguns questionamentos que o setor precisa fazer: pensar nas políticas públicas que viabilizem a produção; quais mercados os produtores querem atender e qual o preço que as usinas poderão pagar pelo milho para que todo o processo seja viável. Odacir Klein, presidente da Câmara Setorial de Oleaginosas e Biocombustíveis do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ponderou que a 2° safra de milho em Mato Grosso pode trazer problemas para o estado devido o excesso de produção, mas que ela é extremamente necessária. “Mas também precisamos criar estímulos para o etanol de milho e agregar valor a produção do estado”, afirma Klein.
O segundo painel apresentou as experiências de sucesso que já existem no país como o caso da Usimat, em Mato Grosso. A primeira usina flex em funcionamento vai produzir já na safra 2013/14 30 milhões de litros de etanol e 15 mil toneladas de DDGS a partir de aproximadamente 100 mil toneladas de milho. O painel também mostrou os novos projetos que estão sendo desenvolvidos como da Usina Rio Verde, de Goiás. “Queremos exportar valor agregado, aliviando nossos sistemas logísticos”, apresenta Cassio Iplinsky, diretor da Usina. A planta de etanol será acoplada à Usina Rio Verde e terá capacidade de processar inicialmente 50 mil toneladas durante a entressafra. De abril a novembro as usinas moem cana e nos meses seguintes operam com milho ou sorgo. Outra vantagem dessas unidades é que utilizam o bagaço da cana como gerador de eletricidade.
O último painel trouxe para os participantes do evento quais os desafios em termos de tecnologia, quais os novos processos disponíveis para a produção de etanol e como é possível reduzir os custos da produção de etanol com várias matérias-primas.
DDGS
O subproduto da produção de etanol, o DDGS, foi um dos assuntos bastante comentados durante o fórum. Para os especialistas presentes, o produto é uma importante fonte de proteína para a composição da ração animal.
O dia terminou com a afirmação de que a produção de etanol a partir de milho durante a entressafra da cana, nas usinas flex, é um processo irreversível. Segundo os participantes, há tecnologia e matéria-prima suficientes. Também participaram do evento Neri Geller, Secretário de Políticas Públicas do Mapa; Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja-MT, Eduardo Carvalho, ex-presidente da Única, e outros nomes importantes do setor nacional e internacional.
Veja a programação, as apresentações e fotos do fórum aqui.