Produtores de Chapadão do Céu possuem 80% de armazéns próprios e podem segurar comercialização antecipada

Na sexta-feira (15), a expedição do Projeto Soja Brasil esteve em Chapadão do Céu, no sudoeste de Goiás. Segundo pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas, o município tem o melhor IDR (Índice de Desenvolvimento Rural) do país. E, para o prefeito da cidade, Rogério Graxa, a agricultura tem papel fundamental no desenvolvimento sócio-econômico da região. “A agricultura chegou por aqui na década de 80 e graças aos investimentos em tecnologia e o respeito ao meio ambiente nós conseguimos chegar onde estamos hoje”, destaca Graxa.
Outro ponto positivo do município é sua logística mais favorável para o escoamento da safra de grãos. Para levar a soja até São Paulo os produtores gastam em média de R$5,00 a R$ 8,00 reais por saca, metade do valor desembolsado pelos produtores de Mato Grosso. E com as rodovias estaduais asfaltadas,especialmente a GO-206, esse custo deve ser ainda menor.
Comercialização
Com um número de armazéns suficiente para estocar grande parte da produção do município, os produtores de Chapadão do Céu anteciparam a venda de um volume menor de soja da safra 2013/14. Cerca de 80% dos produtores contam com armazéns próprios. Cláudio Borgen, vice-presidente do Sindicato Rural, tem apenas 15% da sua safra comercializada antecipadamente e, no município, em torno de 25% de contratos futuros.
Pragas
A lesma que trouxe alguns prejuízos na safra passada, segundo Luis Antônio da Silva, engenheiro agrônomo da região, ainda é de fácil controle e não deve causar tantos danos, por outro lado os produtores devem monitorar atentamente as lavouras por causa da Helicoverpa. Apesar de poucos casos no município todo cuidado é pouco.
Em Chapadão do Céu, porém, os produtores sofrem com o ataque devastador de porcos do mato. Segundo o produtor rural Normélio Pelizon é necessária uma boa preparação para evitar a proliferação dos animais. A lavoura que fica mais distante do Parque Nacional das Emas chegou a colher 132 sacas por hectare de milho. Na lavoura próxima ao parque e semeada na mesma época o produtor colheu 100 sacas.
Balanço
O balanço da expedição durante sua passagem por Goiás foi extremamente positivo e a recepção sempre calorosa. O desenvolvimento da safra é bom, mas os desafios também são muitos. A preocupação com o ataque da Helicoverpa é comum assim como em outros estados, mas a grande deficiência dos produtores goianos é com o sistema de energia elétrica. Segundo eles, a ampliação de áreas irrigadas com pivô e maiores investimentos em tecnologia são limitados pelos problemas com a falta de energia elétrica.