A Expedição Soja Brasil iniciou a segunda etapa do Projeto. Desta vez as duas equipes vão passar pelos estados da região Sul do país: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Na segunda-feira (02), passamos pelo município de Cornélio Procópio, no norte pioneiro. As lavouras estão se desenvolvendo melhor, mas as chuvas ainda estão irregulares. Enquanto as precipitações não passam de 9 milímetros em algumas cidades, em outras chegam a 90 milímetros. Inclusive, algumas áreas isoladas sofreram com a chuva de granizo.
Por outro lado, apesar das dificuldades com o clima, os produtores conseguiram manter o controle da lagarta Helicoverpa. O governo do Estado ainda não pediu para ser incluído na situação de emergência fitossanitária, causando preocupação entre o setor produtivo. “O benzoato não é a salvação da pátria, mas ele é mais uma arma que a gente tem para poder controlar esta lagarta, que se mostra tão voraz em outros estados”, afirma José Eduardo Sismeiro, presidente da Aprosoja PR.
Sismeiro conta que no momento a praga está sob controle no Paraná, mas a fase de fechamento da planta pode proteger a helicoverpa dos defensivos a que se tem acesso hoje. “Quando as autoridades decretarem esse estado de emergência fitossanitária, até que isso seja feito, seja importado, esse produto chegue na mão do produtor, a lagarta já engordou e emagreceu o nosso bolso”, diz. Ele ainda explica que a intenção da Aprosoja ao solicitar uma atitude do Estado é se precaver caso as plantações sofram um ataque severo da praga no futuro.
Outras pragas
Embora ainda tenha a helicoverpa sob controle, a região de Cornélio Procópio tem sofrido com o capim amargoso que vem se mostrando resistente ao glifosato. Para isso, Sismeiro conta que a Aprosoja está se munindo de informações técnicas e irá solicitar junto ao governo federal a liberação de um novo produto para combater a praga. O vice-presidente da Aprosoja Paraná da Região Norte, Vittorio Venturi, o benzoato é mais uma ferramenta para controlar a praga. “A helicoverpa é uma praga extremante complexa e de difícil controle, e nós temos que lançar mão de todas as ferramentas possíveis. A utilização de áreas de refúgio é uma ferramenta e deveria ser obrigatório por lei”, afirma. Venturi conta que neste ano plantou 20% da sua propriedade com semente intacta e falou sobre a quebra de resistência nas plantações de milho este ano nas áreas onde não se aplicou o refúgio. ceu na produção de milho este ano, onde não se aplicou o refúgio.
Trigo X milho
Na região de Cornélio Procópio os preços do milho estão levando os produtores do Paraná a mudar de cultura para a segunda safra. Segundo o analista da Safras & Mercado Élcio Bento, quem plantar trigo tende a sair ganhando na próxima safra.Segundo o engenheiro agrônomo do Departamento de Economia Rural do Estado do Paraná, Paraílio Zanini, no Paraná eram plantados 195 mil hectares com milho safrinha e, aproximadamente, 76,5 mil hectares com trigo. Para a próxima safra, no entanto, a instituição prevê um equilíbrio de cultivo e a movimentação dos produtores na região indica, inclusive, uma reversão: quem plantou milho, vai passar a plantar trigo.
O analista da Safras & Mercado Élcio Bento explica que não apenas o Paraná, mas também outras regiões como o Rio Grande do Sul apresentam um quadro positivo para voltar a produzir trigo. “Com isso, nós devemos ter na próxima safra um recorde de produção aqui no Brasil. Mas não se pode esperar para a próxima temporada os mesmos valores obtidos na última safra do Paraná. Ainda temos um cenário de preços atrativos, mas não nos mesmos patamares”, explica.