A expectativa de colheita é de 90,94 milhões de toneladas no país, com um aumento de 9,6% em relação a 2012/2013, conforme dados de Safras & Mercado.
Depois de percorrer lavouras de soja de todo o país, o Projeto Soja Brasil junto da Aprosoja Brasil abriu oficialmente a colheita nacional da safra de soja nos dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro no município de Quarto Centenário, no centro-oeste do Paraná. A escolha do estado foi proposital, pois o PR é o segundo maior produtor da oleaginosa. Segundo dados da Secretaria do Estado do Abastecimento (Seab) a expectativa é que o Paraná produza 16.380 milhões de toneladas de soja na safra 2013/2014. Para o presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro, que abriu o primeiro dia de evento e reiterou a importância da entidade para os produtores. “É hora de nos unirmos. Temos que discutir as necessidades e as demandas dos produtores, mas para isso precisamos de representação”.
E o lançamento Oficial da Coleita trouxe muitos debates. No primeiro momento foi realizado o painel “Cenários de mercado e perspectivas da indústria” com Flávio França, consultor associado da Safras & Mercado, Flávio França, e representantes das Empresas Basf, New Holland, Monsanto e Yara Fertilizantes. Segundo França, o cenário para 2014 é conservador apesar dos preços um pouco melhores em comparação ao ano passado. “Temos que olhar para as variáveis da oferta e da demanda. A safra norte-americana calculada em 90 milhões de toneladas ainda é surpreendente, mas ainda temos 40% da safra brasileira a ser definida. Somando ainda a produção no restante da América do Sul teremos uma safra mundial de 290 milhões de toneladas, ou seja, um volume muito grande de soja no mercado. A demanda também tende a crescer entre 3% a 5% com os estoques nos EUA muito apertados. Ou seja, temos um suporte que impede uma grande queda nos preços este ano. Acredito que o preço médio vá ficar na casa dos US$12,50 a US$ 13,50”, explicou França.
Em seguida foi realizado o Fórum que debateu questões importantes para o setor produtivo brasileiro: “Lógistica da Safra 2013/14 – Grande desafios e poucos avanços”. Importante porque em todos os estados por onde a Expedição passou a reclamação de todos os produtores era a mesma: o quanto eles perdem com a precária infraestrutura das estradas, a defasagem no que se refere ao uso de ferrovias e hidrovias e também o déficit na armazenagem. Participaram do debate o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, o superintendente dos Portos do Paraná, Luiz Henrique Dividino, o deputado federal Valdir Colatto (PSDB/SC) e o diretor-presidente da Macrologística Consultoria, Renato Casali Pavan. Glauber Silveira, presidente da Aprosoja Brasil, destaca a importância do Projeto Soja Brasil no intuito de mostrar a realidade dos produtores brasileiros e o papel da Aprosoja na luta pela reivindicações da classe. “Vamos ter a maior safra da história, mas também com os maiores custos. E a logística continua tirando a rentabilidade dos produtores”, reiterou.
Ferreira mostrou que apesar de todas as vantagens dos portos do Norte do país apenas 3,3% da safra brasileira é escoada por esses portos apesar de 54% da produção estar concentrada de Cuiabá para cima. “Obras de investimento estão sendo feitas em todo o país para melhorar essa situação como o Tegram (Terminal de Grãos do Maranhão) e ampliações no porto de Vila do Conde”, explicou Ferreira.
Dividino também deu boas notícias com as obras no Porto de Paranaguá que hoje, na opinião de Collato, possui um sistema modelo para outros portos. “Os portos não evoluíram e deveria ser tratado como estratégia”, afirma o superintendente. Pavan pontuou que todas essas obras são de extrema importância, mas também ressaltou a necessidade de o produtor investir em silos próprios para diminuir as perdas de qualidade nos grãos e aumentar o poder de negociação dos produtores no momento da comercialização. “O produtor pode colher e armazenar sem custo e vender quando achar que o preço está compensando. Apenas 15% dos produtores usufrui de armazéns em sua fazenda”, comentou Pavan.
Beto Richa, governador do Estado do Paraná, e o senador Álvaro Dias também participaram do evento e falaram da importância do agronegócio para o desenvolvimento do Estado e a necessidade de se aumentar os investimentos para atender a demanda dos produtores.
Solenidade oficial
A cerimônia que abriu oficialmente a colheita da safra de soja aconteceu na manhã de sábado com cinco colheitadeiras enfileiradas lado a lado. Participaram da colheita simbólica a ministra-chefe da Cassa Civil, Gleise Hoffman; o Secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Neri Geller, o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Anadeto Ortigara e o governador Beto Richa. Gleise falou sobre as ações do Governo em obras de infraestrutura e logística. “O diferencial competitivo do Brasil é o agronegócio e ele mantém a balança comercial positiva”.
Projeto Soja Brasil
O Projeto Soja Brasil iniciou sua expedição para acompanhar o desenvolvimento da safra de soja 2013/14 em Rondônia no dia 27 de outubro de 2013. Depois de percorrer todo o país a bordo de duas caminhonetes, a equipe de jornalistas e especialistas viu de perto o trabalho diário dos produtores brasileiros, mesmo com todas as adversidades, para garantir uma boa safra e os resultados começam a ser colhidos nesse momento.