Depois do sucesso do lançamento oficial da colheita, o Projeto Soja Brasil voltou para a estrada e, nesta segunda-feira (17), a expedição iniciou a nova rota em Londrina com apoio da Aprosoja Paraná. Em visita à Embrapa Soja, o projeto fez uma avaliação da safra 2013/14 e os impactos do tempo seco e quente sobre a produtividade das lavouras de soja do Paraná.
Para Vittorio Venturi, vice-presidente da Aprosoja Paraná na Região norte, a quebra de safra vai ser grande, especialmente no norte e norte pioneiro do estado. “As primeiras sojas semeadas de 7 até 20 de outubro estão rendendo melhor, mas as lavouras plantadas após esse período perderam potencial produtivo e qualidade devido à falta de chuva e as altas temperaturas a partir do final de janeiro. Alguns produtores falam em redução de 50% na produção de soja da região”, explicou Venturi.
Segundo José de Barros França-Neto, pesquisador da Embrapa Soja, o tempo seco associado às temperaturas acima dos 30 graus, também impactou a produção de semente de soja. Como consequência, houve a maturação forçada das sementes e a morte prematura das plantas. “Em 34 anos que estou na Embrapa nunca vi uma estiagem como a desta safra. Calcula-se uma quebra de 40% devido ao alto volume de sementes verdes e o estado deve produzir 3 milhões de sacas”, ressalta o pesquisador.
Além das perdas na safra de soja e dos problemas para a próxima temporada devido à falta de sementes, uma das consequências da seca no Estado é o atraso no plantio da safrinha de milho. Por isso, uma das demandas emergências da Aprosoja Paraná é a prorrogação da janela de plantio da segunda safra de cereal com seguro agrícola. “Ninguém esperava um clima tão severo como o deste ano, especialmente em uma safra na qual os produtores fizeram grandes investimentos por causa da expectativa de bons preços. Com uma redução drástica na produtividade em uma safra com os maiores custos da história vamos ter grandes problemas de inadimplência. Pleitear junto ao governo a possibilidade de escalonar o pagamento das dívidas também é uma demanda dos produtores”, explica Venturi, vice-presidente da Aprosoja Paraná na Região norte, uma das regiões mais prejudicadas pela estiagem.
Venturi também produz soja e milho em uma área de 250 hectares em Itambaracá, no norte pioneiro, e deve colher em média 35 sacas por hectare por causa do clima adverso na região contra uma expectativa inicial de 60 sacas. Ele assumiu a diretoria da Aprosoja porque acredita no trabalho da instituição. “Se eu ficar parado os problemas vão chegar em mim da mesma forma. Então prefiro levantar e lutar pelas demandas que também são minhas”, ressalta.
Segundo José Sismeiro, presidente da Aprosoja Paraná, a entidade buscará junto a Secretaria de Agricultura do Paraná um levantamento do impacto da seca em todo o estadoe levará os números oficiais ao Ministério da Agricultura e à Frente Parlamentar da Agropecuária em Brasília para propor e buscar uma solução para a situação instalada.
Conheça a Aprosoja PR
A Aprosoja Paraná foi criada em julho de 2013, e como missão ser a legítima representante dos produtores de soja e milho do estado, e dentre seus objetivos representar e defender os interesses dos produtores paranaenses junto às autoridades estaduais e nacionais.
Atualmente, o estado é o segundo maior produtor da oleaginosa, ficando atrás somente para a produção de Mato Grosso. Segundo dados da Conab a expectativa é que o Paraná produza aproximadamente 17 milhões de toneladas na safra 2013/2014, o equivalente a quase 18% da produção Brasileira.
Com o desafio de lutar pelos diretos e entraves dos produtores, José Eduardo Sismeiro assumiu a presidência da instituição em julho de 2013. Mais informações sobre a Aprosoja-PR, entre em contato – (61)35511640.
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