Nesta sexta-feira (21), a Aprosoja-PR esteve em Pato Branco e verificou que as perdas na região também estão se confirmando, principalmente nas lavouras que foram semeadas após a segunda quinzena de outubro. A área plantada depois da colheita do trigo, cerca de 75%, sofreu com os 35 dias de tempos seco e altas temperaturas e os produtores estão colhendo em média 40 sacas por hectare. Já a soja precoce foi bem e rendeu produtividades em torno de 70 sacas por hectare, permitindo também aos produtores plantarem a safrinha de outras culturas.
Jucinei Sartoretto, vice-presidente da Aprosoja-PR na região Sul, percorreu diversas propriedades e conversou com produtores locais como a fazenda de Rudimar Missio. “Em virtude do plantio e colheita de soja precoce, com excelente produtividade, as lavouras de feijão safrinha foram plantadas e já estão bem adiantadas”, explicou Missio. Segundo Sartoretto, pelo clima peculiar da região é possível fazer três safras em um mesmo ano – soja ou milho verão, feijão safrinha e trigo no inverno.
Ivano Carniel, técnico do Deral (Departamento de Economia Rural), ressaltou que o feijão vai ajudar o produtor a recuperar a renda com as perdas na safra de soja, mas alguns podem optar por outras culturas, inclusive a própria soja. “As perspectivas de lucro falam mais alto, então o produtor vai plantar o que tiver melhor relação de custo e preço”, explica Carniel.
O plantio de soja safrinha vem sendo feito em todo Brasil há mais de 3 anos, mas é criticado do ponto de vista agronômico, pois o produtor corre o risco de ter aumentar a incidência de pragas e doenças de fim de ciclo, reduzindo a produtividade e a qualidade da soja colhida. Há ainda um prejuízo coletivo, pois o produtor acaba pressionando a seleção dessas pragas e doenças aos defensivos disponíveis no mercado que tendem a perder a eficiência na safra seguinte. “A Aprosoja-PR não recomenda o plantio de soja safrinha, pois além de prejudicar, o produtor está prejudicando o manejo de pragas dos seus vizinhos que plantarão soja em outubro”, comenta Sartoretto.
Porém, em Mariópolis, próximo à Pato Branco, alguns agricultores trabalham um sistema de plantio diferente e que rende bons resultados na segunda safra de soja. Há 10 anos alguns associados da Cooperativa Camisc usam o sistema e colheram na safrinha do ano passado 51,7 sacas por hectare e 70 sacas na safra de verão 2013/14. “A diferença é que eles plantam uma safra de soja no verão seguida de safrinha e no próximo ano eles plantam apenas milho verão. Isso evita uma pressão maior de doenças”, explicou Áureo Lantmann, consultor do projeto Soja Brasil que também percorre a região.
Preocupada com a necessidade de melhoria nas condições para que os produtores façam o controle e monitoramento de pragas e doenças, a Aprosoja-PR participará da caravana da Embrapa que estará em Pato Branco no dia 25 de fevereiro. Pesquisadores e técnicos vão destacar, entre outros pontos, o MIP (Manejo Integrado de Pragas). “Nós temos que trabalhar juntos pela melhoria da agricultura porque também fazemos parte do processo”, reitera Sartoretto.
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A Aprosoja Paraná foi criada em julho de 2013 para enfrentar os desafios e buscar soluções para os produtores de soja e milho paranaenses. Atualmente, o Estado é o segundo maior produtor de soja do Brasil, atrás somente de Mato Grosso. Segundo dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a expectativa é que o Paraná produza aproximadamente 17 milhões de toneladas na safra 2013/2014, representando 18% da produção Brasileira.
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