
De acordo com Nelson Pessoa, gerente regional da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), as perdas na região podem chegar a 20%. “A última chuva boa veio em 15 de janeiro e só voltou em 10 de fevereiro. Algumas regiões ficaram até mais tempo sem água. Quem atrasou o plantio perdeu mais porque a soja estava em floração quando veio a estiagem”, explica Pessoa. Além disso, como afirma Roque Faustino Steffens, extensionista da Epagri, os produtores também vão registrar perdas na área de segunda safra de soja que vai deixar de ser plantada. “Somente em Guatambu, somando as duas safras de soja, vamos registrar uma redução de 40% na produção de soja”, ressalta Steffens. Segundo ele, cerca de 400 hectares de soja safrinha podem deixar de ser semeados por causa da estiagem.
As chuvas que têm atingido a região nos últimos dias animaram os produtores e podem minimizar as perdas das lavouras que ainda estão em floração. “A chuva ajuda a completar o que sobrou das vagens. Eu plantei para colher uma média de 55 sacas, mas acredito que vá colher apenas umas 30 sacas por hectare”, diz Lenoar Sgarbossa, produtor de 50 hectares em Guatambu.

Em breve mais uma Aprosoja
Para atender as demandas dos produtores rurais e tornar o agronegócio brasileiro ainda mais produtivo e rentável estão sendo criadas entidades em vários estados e, para este ano, a previsão é que Santa Catarina também tenha uma Aprosoja, além de São Paulo e Minas Gerais. “Estamos trabalhando para criar a Aprosoja-SC e trazer ainda mais benefícios aos produtores. União é a palavra”, ressalta Ireneu Orth, ex-presidente da Aprosoja-RS e um dos idealizadores para a criação da Aprosoja em Santa Catarina.